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Instrumento poderoso de transformação social, a educação é fundamental para populações historicamente marginalizadas, como os povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, comunidades que ainda enfrentam grandes desafios para acessar uma educação pública de qualidade, que respeite suas culturas, modos de vida e realidades. Garantir esse direito não é apenas uma questão de justiça social, mas também de valorização da diversidade que compõe a identidade brasileira.
Com seus saberes ancestrais, línguas, tradições e formas próprias de organização social, essas populações consagram a diversidade social. A educação oferecida a esses grupos exige contextualização e participação das próprias comunidades. Uma escola que desconsidera essas especificidades corre o risco de impor padrões culturais que ignoram a riqueza desses povos e podem contribuir para o apagamento de suas identidades.
Ao garantir uma educação de qualidade, inclusiva e respeitosa às populações marginalizadas, o Estado contribui para o fortalecimento da cidadania, da autonomia e da autoestima coletiva. O projeto de lei 170/25, da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, por exemplo, cria o Programa de Incentivo e Apoio à Implantação de Escolas de Formação Permanente do Magistério e suas Tecnologias Educacionais, sendo um norte para a permanente atualização dos conhecimentos dos professores.
Jovens indígenas, quilombolas e ribeirinhos com acesso ao ensino podem se tornar líderes em suas comunidades, defensores de seus territórios e pontes entre os saberes tradicionais e o mundo contemporâneo, tornando a escola um espaço de resistência e fortalecimento cultural.
O investimento na educação das populações marginalizadas é um passo essencial para a construção de um país verdadeiramente democrático, plural e igualitário. Valorizar os saberes tradicionais, promover o acesso ao conhecimento e garantir a presença dessas vozes na construção de políticas públicas é reconhecer que só há justiça social quando todos têm a oportunidade de aprender, ensinar e crescer em liberdade.