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Alexandre de Moraes sobe o tom para a família Bolsonaro


Foto: Reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, reagiu, nesta sexta-feira (1º), às práticas adotadas pela família Bolsonaro no Brasil e nos Estados Unidos. "Acham que estão lidando com pessoas da laia deles. Acham que estão falando também com milicianos. Mas não estão, estão falando com ministros da Suprema Corte brasileira", declarou.

 

O relator dos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de liderar uma trama golpista para promover um golpe de Estado no País afirmou que o STF não irá tolerar ameaças. 

 

"As ações prosseguirão. O rito processual do STF não se adiantará, não se atrasará. Esse relator vai ignorar as sanções que lhe foram aplicadas e continuar trabalhando, como vem fazendo, no plenário, na Primeira Turma, sempre de forma colegiada. Esta Corte vem e continuará realizando sua missão constitucional. Em especial, neste segundo semestre, realizará os julgamentos e as conclusões dos quatro núcleos das importantes ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. O modus operandi é o mesmo: incentivo a taxações ao Brasil, incentivo à crise econômica, que gera a crise social, que por sua vez gera a crise política, para que novamente haja uma instabilidade social e possibilidade de um novo ataque golpista", afirmou.

 

Esta foi a primeira fala pública de Moraes após ser incluído na lista de sancionados pela Lei Magnitsky, norma do governo dos EUA para punir indivíduos envolvidos com abusos de direitos humanos, corrupção ou que facilitem essas práticas.

 

"Não é possível pressões, coações, no sentido de querer obter, repito, entre aspas, um espúrio arquivamento imediato dessas ações penais sob pena de se prejudicar a economia brasileira, o sustento das pessoas, o trabalho dos brasileiros e das brasileiras. Ameaças aos presidentes das casas congressuais brasileiras sem o menor respeito institucional, sem o menor pudor, sem a menor vergonha, na explícita chantagem para tentar obter uma inconstitucional anistia. Ou, em relação ao presidente do Senado Federal, o senador Davi Alcolumbre, obter um início de procedimento de impeachment contra ministros desta Suprema Corte, sem existência de qualquer indício de crime de responsabilidade, mas, sim, por discordar da legítima atuação deste Supremo Tribunal Federal no exercício de sua competência jurisdicional, concedida diretamente pela Constituição Federal, em uma tentativa patética de tentar afastar seus ministros. A soberania nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida, pois é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil", concluiu.

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