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Elaine Gonçalves: a psicanalista autista que tem feito história com seu trabalho


Foto: Reprodução Instagram

A psicanalista Elaine Gonçalves abriu seu coração publicamente e detalhou o processo de transformação pessoal pelo qual passou ao ser caracterizada como autista. “Durante anos, eu usei uma máscara. Sorria quando queria chorar. Concordava quando queria fugir. Copiava gestos, falas e reações só para ser aceita. Sou autista. E, como muitas mulheres, aprendi a esconder quem eu sou. Essa máscara tem nome: camuflagem social. Ela disfarça, mas adoece. Ela protege, mas esgota. A máscara me dava ‘normalidade’ aos olhos dos outros. Mas, por dentro, eu estava exausta, ansiosa e desconectada de mim mesma”, refletiu.

 

Gonçalves se posicionou sobre os desafios que assumirá para abordar a questão de maneira séria e contextualizada. “‘Mas agora é moda ser autista? Você nem parece’. Essas perguntas são mais comuns do que deveriam e revelam o quanto ainda precisamos falar sobre o autismo em mulheres. Durante anos, muitas de nós aprendemos a mascarar sinais para nos adaptar. Chamamos isso de máscara social, um esforço constante para parecer 'normal', mesmo quando tudo dentro de nós pede acolhimento e compreensão. O autismo não tem aparência. Tem vivência, sensibilidade e formas únicas de existir. Falar sobre isso com responsabilidade é um compromisso que assumi, por mim e por tantas que ainda estão em silêncio”, destacou.

 

Por tudo isso, a profissional defendeu o respeito ao assunto. “O Transtorno do Espectro Autista não é tendência de internet. É uma condição séria do neurodesenvolvimento que impacta profundamente a comunicação, a interação social e o comportamento. Reduzir o autismo a estereótipos é desrespeitoso com quem vive a realidade todos os dias, crianças, adultos e famílias inteiras. Falar sobre TEA exige responsabilidade, conhecimento técnico e escuta qualificada. Não é sobre modinha. É sobre cuidado, ciência e verdade”, concluiu.

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