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Estados Unidos declara guerra comercial contra China e beneficia Brasil


Foto: Ricardo Stuckert

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma nova tarifa de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro, intensificando a disputa comercial entre as duas potências. A medida foi tomada após o republicano criticar a decisão do governo chinês de limitar a exportação de elementos relacionados às chamadas terras raras.

 

“A China adotou uma posição extraordinariamente agressiva no comércio ao enviar uma carta extremamente hostil ao mundo, afirmando que, a partir de 1º de novembro de 2025, imporia controles de exportação em larga escala sobre praticamente todos os produtos que produz, e alguns que nem são fabricados por eles. Isso afeta todos os países, sem exceção, e obviamente foi um plano elaborado por eles há anos. É absolutamente inédito no comércio internacional e uma vergonha moral no trato com outras nações. Com base no fato de que a China assumiu essa posição sem precedentes, e falando apenas pelos Estados Unidos, e não por outras nações que foram igualmente ameaçadas, a partir de 1º de novembro de 2025 (ou antes, dependendo de quaisquer ações ou mudanças adicionais tomadas pela China), os Estados Unidos da América imporão uma tarifa de 100% sobre a China, além de qualquer tarifa que eles já estejam pagando. Também em 1º de novembro, serão impostos controles de exportação sobre todo e qualquer software crítico. É impossível acreditar que a China teria tomado tal medida, mas ela tomou, e o resto é história”, declarou Trump. 

 

O "tarifaço" de 100% imposto por Trump à China provocou queda nas ações das Sete Magníficas, um conjunto de empresas dos Estados Unidos que, além de valiosas no mercado de ações, também ditam tendências no mundo: Apple, Amazon, Alphabet, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla. 

 

Brasil se beneficia

 

A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China fortaleceu a posição do Brasil como principal fornecedor de soja ao país asiático. Entre junho e agosto, a China suspendeu praticamente todas as compras do grão norte-americano, optando por ampliar as importações de parceiros como Brasil e Argentina. A constatação é de um levantamento da American Farm Bureau Federation, maior entidade representativa do setor agrícola dos EUA, que reúne cerca de 6 milhões de produtores rurais.

 

De acordo com o relatório divulgado, as importações chinesas de soja dos Estados Unidos caíram ao menor patamar da história em 2025. Entre janeiro e agosto deste ano, a China adquiriu apenas 5,8 milhões de toneladas do produto norte-americano, frente a 26,5 milhões no mesmo período de 2024 – uma redução próxima de 80%. O estudo destaca ainda que, entre junho e agosto, os EUA não embarcaram “virtualmente nada” de soja para o mercado chinês, e o país asiático também não realizou novas compras para a próxima safra.

 

Enquanto isso, o Brasil assumiu o protagonismo, exportando mais de 77 milhões de toneladas do grão ao longo do mesmo intervalo. A Argentina também se beneficiou, ampliando suas vendas após suspender temporariamente o imposto sobre exportações, medida que foi restabelecida apenas depois que o volume exportado ultrapassou a marca de US$ 7 bilhões.

 

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