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O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o Parlamento e confirmou a realização de eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, após a demissão, no início de novembro de 2023, do primeiro-ministro socialista, António Costa, segundo um decreto publicado no último dia 15.
Portugal mergulhou em uma crise política no início de novembro, depois de uma série de prisões e buscas terem levado ao indiciamento do chefe de gabinete de Costa e de seu ministro de Infraestruturas, num caso de tráfico de influência.
O Ministério Público esclareceu que o chefe do governo, no poder desde 2015, também tinha sido alvo de investigação. Costa anunciou imediatamente sua demissão, salientando que não se candidataria a um novo mandato.
Ele foi acusado de prevaricação, ou seja, de ter falhado no cumprimento das obrigações de seu cargo.
Os principais partidos se preparam para as próximas eleições que acontecem dentro de algumas semanas.
O Partido Socialista português, que estava na frente nas intenções de voto sem obter maioria absoluta, segundo as primeiras pesquisas de opinião, nomeou Pedro Nuno Santos como novo secretário-geral, em dezembro.
Já o Partido Social Democrata (PSD, centro-direita), liderado por Luís Montenegro, assinou um acordo de coligação com duas pequenas formações de direita, incluindo o CDS-PP, com o qual governou o país, entre 2011 e 2015.
O partido de extrema direita "Chega", elevado ao posto de terceira força política com 12 deputados eleitos nas eleições legislativas de janeiro de 2022, lançou sua campanha eleitoral após realizar seu congresso, em janeiro, no norte do país.
Pesquisas
A Aliança Democrática, partido de oposição de Portugal, deverá obter o maior número de votos nas eleições antecipadas de 10 de março, mas não terá maioria parlamentar, segundo uma pesquisa divulgada na última terça-feira (6), o que poderá fazer com que o partido dependa do apoio da extrema-direita.
A pesquisa realizada pelo CESOP/Universidade Católica para a emissora RTP e o jornal Público colocou o apoio à Aliança, de centro-direita, em 32%, à frente do governista Partido Socialista, de centro-esquerda, com 28%.
Embora ambos tenham ganhado algum terreno em comparação com o levantamento anterior do instituto de pesquisa em novembro, o Chega, partido de extrema-direita e antiestablishment, também viu seu apoio aumentar de 16% para 19%, reforçando suas perspectivas de se tornar decisivo para a formação de um governo.
A nova pesquisa mostrou uma situação semelhante ao resultado da eleição regional de domingo (4), nos Açores, onde a Aliança ficou a três cadeiras de obter a maioria absoluta.
Fontes: G1 e Terra