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Kamila Cardoso e a luta pelas causas socias

Umas das referências da cidade quando o assunto é a militância pelas causas sociais, o nome de Kamila Cardoso (Podemos) ganhou ainda mais destaque quando, em meio a várias possibilidades, foi indicada e oficializada como candidata a vice-prefeita de Fortaleza na chapa do Capitão Wagner (Pros). E em bate-papo com a Frisson, Kamila contou como foi a sua entrada para a política, a escolha para candidata a vice, suas lutas, falou sobre família, vida pessoal e mostrou a que veio.

Entre as suas prioridades de campanha está justamente a luta "para dar visibilidade à CAUSA das pessoas com deficiência e doenças raras, evidenciando a POTENCIALIDADE dessas pessoas e garantir às mesmas, CIDADANIA, através de Políticas Públicas. Promover a inclusão e ajudar uma infinidade de pessoas que estão hoje à margem da sociedade e suas famílias", como ressaltou ela. Então, veja mais a seguir:

Kamila, como se deu a escolha da advocacia como profissão?
Eu cursei Direito numa faculdade particular de São Luis/MA em 1997. Com dois anos de faculdade, consegui um estaágio remunerado junto à Defensoria Pública de São Luis, que durou até o término do meu curso, em 2001. Desde então, empregada na área, já atuava em uma parte mais consultiva. O exercício da advocacia, de fato, surgiu após a nossa luta com o Kaio, momento em que o Direito se apresentou para mim como uma ferramenta para garantir o tratamento de saúde e os medicamentos para o meu filho e, assim, para tantos outros que se encontram em situação semelhante. Desde então, advogo defendendo as causas de pessoas com deficiência, principalmente, na conquista de tratamentos de saúde, qualidade de vida e inclusão social.

Em que momento da sua vida surgiu a vontade de entrar para a política? E por quê?
A oportunidade de iniciar na política surgiu, a partir de um convite de um amigo, pai de duas criançaas especiais, que enxergou em mim, uma vontade de fazer muito mais pela causa da inclusão e da acessibilidade. Ter um filho deficiente e transplantado de medula óssea, me fez abraçar a causa com todo o meu coração e a minha garra. Eu vivo isso intensamente na minha rotina desde então. A advocacia é também um meio de ajudar outras pessoas, mas a vontade que existe em mim é muito maior e, para isso, entendi que a política é o meio capaz de oportunizar a mudança para tantas pessoas que estão escondidas e marginalizadas há tanto tempo.

Você já estava como pré-candidata pelo Podemos para vereadora quando aceitou ser candidata para vice na chapa do Capitão Wagner. O que te moveu para aceitar o convite? 
A possibilidade de fazer muito mais pelas causas sociais. Esse foi o maior motivo que me encorajou a aceitar o desafio de iniciar na política, em um cargo tão estimado. Cheguei até aqui de forma despretensiosa, mas com a certeza de que onde eu estiver, estarei para fazer a diferença e construir uma cidade mais acessível, promovendo a inclusão de pessoas com deficiências, fortalecendo projetos que já existem, trazendo potencialidade e cidadania para estas pessoas que são, desde o princípio, cidadãs, e que merecem ter voz, ouvido e atuação na política.

E o que achou dessa indicação e aceitação do seu nome para ser candidata a vice dentre tantos outros nomes?
Ao tempo que encaro como um reconhecimento da necessidade de se dar importância as causas sociais, acredito que a escolha se deu, porque compartilho de valores que são fundamentais para o Capitão Wagner. Eu tenho a causa no sangue, na vida, e estou, assim como ele, disposta a trabalhar duro para cuidar melhor das pessoas e da nossa cidade.

Você tem um filho que fez transplante de medula após uma grande campanha direcionada de doação. Conta como foi passar por todo esse processo.
A luta pelo transplante do Kaio foi um divisor de águas na minha vida e na minha família. Sem dúvidas, o momento mais difícil que já passamos. Lembro que o médico disse para mim e para o meu marido, que nós teríamos a chance de um para um milhão que, em verdade, estávamos atrás de uma mega sena. Respondemos a ele imediatamente que não ligávamos para estatísticas e que ia dar tudo certo. Este momento da minha vida me renovou como mulher, mãe e esposa. Aumentou a minha fé e me fez ter a consciência de quão corajosa eu sou. Junto com a minha família, amigos e profissionais da saúde, fizemos a maior campanha direcionada de doação de medula óssea que este estado já teve. Não podia ser diferente. Kaio, há todo momento dizia para nós que ia dar tudo certo. A fé e vontade de vida de Kaio nos deram energia para fazer uma campanha linda.

O que foi mais difícil na espera pelo doador e qual a principal lição que tirou da sua experiência? 
O mais difícil foi ver Kaio passando por inúmeros procedimentos médicos que, para uma criança, eram muito dolorosos. Mas ver como ele enfrentou tudo de forma leve, ainda em sua fragilidade como criança, me fez ter coragem pra enfrentar com garra e fé todos os desafios que apareceriam na minha vida.

E o que pretende aproveitar dessa vivência para melhorar a saúde e vida dos fortalezenses? 
A vivência com o Kaio como deficiente físico e transplantado de medula óssea, me mostra, diariamente, a carência de políticas públicas na nossa sociedade, especialmente, para garantir cidadania àqueles que possuem alguma deficiência (intelectual, física, auditiva ou visual), ou que padecem de cardiopatia ou doenças raras, por exemplo. Quero trabalhar para dar visibilidade à CAUSA das pessoas com deficiência e doenças raras, evidenciando a POTENCIALIDADE dessas pessoas e garantir às mesmas, CIDADANIA, através de Políticas Públicas. Promover a inclusão e ajudar uma infinidade de pessoas que estão hoje à margem da sociedade e suas famílias. É por isso, que quero ocupar um cargo público. E tenho certeza de que essa causa é de todos. Afinal, quando passamos a respeitar e incluir o nosso próximo, a sociedade inteira ganha em força e união.

O que pensa sobre e diria a esses políticos que desviam verba que deveria ser investida na saúde do país? 
Acredito que estamos vivendo uma renovação na política. O povo e a justiça estão atentos para punir e recriminar condutas ilícitas dos maus políticos, que se utilizam do dinheiro público para se beneficiar, prejudicando a vida de milhares de cidadãos. Para os maus políticos, eu diria que confio na Justiça.

Com  essa campanha para salvar a vida do seu filho, mais 15 mil doadores foram cadastrados e cinco pessoas que estavam na fila de espera conseguiram ter suas vidas salvas também. Qual a sensação de saber disso? E o que acredita ter sido o diferencial para o sucesso dela?
Felicidade e gratidão a Deus por ter sido instrumento de mudança na vida dessas pessoas e de suas famílias. Eu, graças à Ele, sei exatamente a alegria que eles sentiram quando o doador foi achado. A Campanha do Kaio foi feita com o coração e tenho certeza de que o sentimento de amor foi o principal ingrediente para contagiar as pessoas e tornar o movimento um dos maiores que esse estado já teve. Verdadeira felicidade. Mas, ressalto que, desde então, a campanha por doação de medula óssea está na minha vida e na da minha família. Fazemos campanha todos os dias, seja nas redes sociais, seja numa conversa com alguém. Tornou-se missão de vida.

Você é conhecida por sua militância no campo social, na defesa dos direitos humanos. Conta um pouco como tem sido seu trabalho nessa área nos últimos anos. 
Além de profissionalmente, por meio da advocacia, trabalhar para garantir tratamentos de saúde e medicamentos, venho, ao longo desses anos, compartilhando ideias com pais e famílias que também lutam por inclusão e cidadania, além de participar de projetos sociais e atuar em campanhas de doação de sangue e de medula óssea.

E como pretende continuar nessa militância no caso de ser eleita como vice-prefeita de Fortaleza? 
Como vice-prefeita de Fortaleza, realizarei toda a militância que venho participando ao longo desses anos. Será tempo de fazer, colocar em prática políticas públicas para garantir melhores condições de vida e de saúde, para as pessoas que precisam. Eu quero cuidar das pessoas. Não serei uma vice-prefeita que só aparece na eleição, ou ainda, que vai deixar de morar na minha cidade. Estarei na prefeitura para trabalhar arduamente pelas causas sociais.

Mas caso não seja eleita. quais são os seus planos na vida política?
Escolhi carregar a bandeira da causa seja na política ou não. Estarei trabalhando onde eu estiver para isso.

No momento, quem são suas referências de bons governantes? 
Eu já acompanhava de perto uma pessoa, mas ao conhecê-la, passei a ter verdadeira admiração. Falo do Senador Eduardo Girão. Ele é um verdadeiro homem de bem, assim como o Capitão Wagner, que tive oportunidade de conhecer melhor neste ano. Eles trabalham muito positivamente e são sinônimo de renovação para a política.

Período de campanha é ter agenda cheia de compromissos. Como está se preparando para dividir seu tempo entre eles e a sua família? 
Eu não poderia assumir este desafio sozinha. Conto com Klecius, um esposo companheiro, e filhos, Kaio (13 anos) e Kauã (6 anos), muito amáveis, que compreendem diariamente a minha ausência, especialmente nesse período que estamos. Mesmo com a agenda cheia de compromissos, procuro reservar um momento com eles, afinal, eles me dão força e energia pra seguir confiante nessa luta.

Como faz para cuidar do corpo e da mente? 
Procuro tirar um tempo para mim, fazer exercício, cuidar da minha saúde, física e mental.

O que gosta de fazer nas horas vagas? 
Estar com a minha família e bons amigos. Gosto também de uma boa leitura e assistir filmes.

Quais sonhos ainda pretende realizar?
Além de ser vice-prefeita e fazer dessa cidade referência em inclusão e acessibilidade? (risos) Sonho e trabalho para a construção de uma sociedade melhor para os meus filhos e contribuir para isso será uma realização.

E quais os seus planos a longo prazo na vida profissionais e pessoal? 
Sou uma mulher que vive o presente e que tem muita fé. Então, hoje, o futuro que planejo faz parte do projeto de entrar na política para trabalhar pelas causas sociais. Meu futuro será, se Deus quiser, cuidar das pessoas e da minha Cidade nos próximos quatros anos.

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