Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais e no universo do audiovisual é o sucesso do filme “Ainda estou aqui”, que segue em cartaz pelo país e conquistou as salas internacionais também.
O filme retrata um dos períodos mais sombrios da história do Brasil: a ditadura militar.
Eunice, interpretada pela genial Fernanda Torres, carrega um visual clássico, que poderia perfeitamente ser usados nos dias de hoje. Porém, um olhar mais atento vai dar conta de que as cores aos poucos vão se esvaindo do figurino da personagem - assinado por Claudia Kopek - após a prisão do marido dela. A meu ver, uma espécie de anúncio para o espectador do que vem a ser esse período cruel e sombrio.
Foto: Divulgação
Por outro lado, durante a divulgação do “longa”, Fernanda Torres deu um show a parte ao vestir figurinos sóbrios, em cores mais fechadas, como: azul marinho, preto, o grafismo e branco - numa confluência perfeita, já que o conteúdo imagético do enredo é regado a episódios nada coloridos de prisões, torturas, assassinatos e desaparecimentos.
A própria atriz ressaltou que não poderia escolher roupas “de princesa ou cinderela”, já que o filme tem vários resgates fortes, linkando a importância da produção e seu papel histórico a um momento em que a protagonista precisa ser notada, mas de uma forma sútil .
Modelagens contemporâneas, cortes impecáveis, tecidos - do estruturado ao fluido -, o preto prevalece em muitos momentos.
Cabelo e maquiagem super enxutos…pra lá de clean. Nada de exageros. Bottega e Louis Vuitton estão entre as marcas eleitas.
Percebe-se que o stylist tem papel fundamental nessa construção, tendo a pegada minimalista predominado em todos os looks, provando que aqui o menos acaba se tornando MUITO MAIS.
Onde quero chegar ?!
Será mesmo que estamos comunicando da forma correta o que desejamos? O que tem peso para nós? O que estamos transmitindo através da nossa imagem?
Em tempos de selfies desenfreadas e looks do dia cada vez mais cansativos, sejamos autênticos com a força e coerência que o momento pede, como nos ensina a Mestra Fernanda.
Por Cláudio Ferreira
@claudio.moda