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Alimentação e saúde íntima: saiba que o que você come influencia no que você sente!

 

Você já ouviu a frase “você é o que você come”? Pois é, ela faz mais sentido do que você imagina — inclusive quando o assunto é saúde íntima feminina. O que colocamos no prato influencia diretamente no funcionamento do corpo, os níveis hormonais e até o equilíbrio da microbiota vaginal, responsável por manter o pH e a proteção natural da região.

 

A alimentação pode ser uma aliada poderosa para prevenir infecções, melhorar a lubrificação, reduzir sintomas da TPM e até aumentar a disposição sexual. Da mesma forma, uma dieta rica em ultraprocessados, açúcar e álcool pode gerar o efeito oposto.

 

O que comer para manter a saúde íntima em dia?

 

1. Fibras: o início do equilíbrio

As fibras alimentares, presentes em frutas, legumes, verduras e grãos integrais, alimentam as boas bactérias do intestino, melhoram o trânsito intestinal e favorecem a eliminação de toxinas. Além disso, ajudam no equilíbrio hormonal, já que o intestino participa da metabolização do estrogênio — um hormônio essencial para a lubrificação e o trofismo vaginal.

 

2. Probióticos e prebióticos: os guardiões da microbiota

Os probióticos (encontrados em iogurte natural, kefir e kombucha) repovoam o intestino com bactérias benéficas, fortalecendo o sistema imunológico e equilibrando o pH vaginal. Já os prebióticos (como banana, alho, cebola e aveia) são alimentos dessas boas bactérias. A combinação dos dois ajuda a reduzir a recorrência de infecções e melhora o bem-estar íntimo.

 

3. Gorduras boas: lubrificação natural

O consumo de ômega 3, presente em peixes como salmão e sardinha, além de sementes, como chia, linhaça e nozes, contribui para a hidratação da mucosa vaginal e o controle da inflamação.

 

4. Vitaminas e antioxidantes

- Vitamina C: fortalece o sistema imunológico e ajuda na cicatrização de tecidos íntimos.
- Vitamina E: atua na elasticidade e hidratação da mucosa vaginal.
- Zinco e selênio: auxiliam na produção hormonal e na manutenção da libido.

 

5. Água: o segredo da lubrificação

A hidratação é um pilar básico para a saúde íntima. A falta de água no organismo pode causar ressecamento vaginal e desconforto durante o sexo. O ideal é consumir pelo menos 2 litros de água por dia.

 

Quais alimentos prejudicam a saúde íntima?

 

1. Açúcares e carboidratos refinados

Eles alimentam o fungo Candida albicans, responsável pela candidíase. Reduzir doces, refrigerantes e massas brancas ajuda a prevenir infecções recorrentes.

 

2. Ultraprocessados e embutidos

Ricos em sódio, conservantes e gorduras ruins, esses alimentos favorecem inflamações e prejudicam a circulação sanguínea, o que pode impactar a lubrificação.

 

3. Álcool e cafeína em excesso

Ambos têm efeito diurético, o que desidrata o corpo e pode causar ressecamento vaginal.

 

A influência da alimentação nos hormônios

 

O corpo precisa de nutrientes específicos para produzir e metabolizar os hormônios femininos, como estrogênio, progesterona e testosterona. Deficiências nutricionais, como a falta de ferro, zinco, magnésio e vitaminas do complexo B, podem causar irregularidades menstruais, fadiga, queda de libido e alterações no humor. Por outro lado, uma dieta equilibrada ajuda a regular o ciclo menstrual, aliviar cólicas e reduzir sintomas da TPM.

 

O papel da alimentação na menopausa

 

Durante a menopausa, a queda de estrogênio afeta diretamente a mucosa vaginal, tornando-a mais fina, seca e sensível. Alimentos ricos em fitoestrogênios — compostos naturais com ação semelhante ao estrogênio — podem ajudar a amenizar esses sintomas. Inclua no cardápio:

 

- Soja orgânica e seus derivados, como tofu, leite de soja;
- Linhaça moída - rica em lignanas;
- Grão-de-bico, lentilha e ervilha.

 

Esses alimentos contribuem para o equilíbrio hormonal e melhoram o bem-estar íntimo e geral.

 

Saúde mental, intestino e prazer

 

Você sabia que até o prazer sexual pode estar ligado à alimentação? Isso mesmo!

 

A serotonina, neurotransmissor do bem-estar, é produzida majoritariamente no intestino — e sua deficiência pode reduzir a libido e aumentar o estresse. Manter uma dieta rica em triptofano (encontrado em banana, aveia, castanhas e cacau) ajuda na produção desse hormônio do prazer e contribui para uma vida sexual mais equilibrada e saudável.

 

Hábitos que potencializam os resultados

 

Além da alimentação, alguns hábitos complementares, que podem ser incluídos na rotina, fortalecem a saúde íntima, dentre eles:

- Prática regular de exercícios físicos;
- Boas noites de sono;
- Evitar uso excessivo de antibióticos sem indicação médica;
- Usar roupas íntimas de algodão;
- Realizar consultas ginecológicas periódicas;

 

A saúde íntima é reflexo do equilíbrio entre corpo, mente e estilo de vida.

 

Você é o que você come!

 

A alimentação é uma ferramenta poderosa de autocuidado. O que você come não apenas influencia seu peso ou aparência, mas também impacta sua imunidade, libido e saúde íntima.

 

Cuidar da dieta é uma forma de reconectar-se com o próprio corpo e prevenir desconfortos que muitas vezes são vistos como “normais”. Escolher bem os alimentos é investir em energia, prazer e qualidade de vida.

 

Lembre-se: a saúde íntima começa de dentro para fora — e passa pelo que está no seu prato!

 

Por Marcelo Ponte
@drmarceloponte

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