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Reposição hormonal ajuda a recuperar a libido?

A queda da libido é uma queixa comum entre mulheres, especialmente a partir dos 40 anos, quando começam as primeiras alterações hormonais relacionadas ao climatério e à menopausa.

 

Essa diminuição do desejo sexual pode afetar significativamente a qualidade de vida, a autoestima e os relacionamentos. Nesse contexto, a reposição hormonal surge como uma das alternativas mais discutidas para recuperar o interesse sexual. Mas, afinal, ela realmente auxilia na recuperação da libido?

 

Neste artigo, vamos explicar como os hormônios influenciam o desejo sexual, quando a reposição é indicada, quais os tipos de terapia disponíveis, os cuidados necessários e outras opções complementares para o tratamento da baixa libido em mulheres.

 

Qual é a relação entre hormônios e libido?
 

A libido é regulada por diversos fatores, incluindo aspectos psicológicos, emocionais, relacionais e, claro, hormonais. Hormônios como estrogênio, progesterona e testosterona são alguns dos responsáveis nessa regulação do desejo sexual.

 

- Estrogênio: auxilia na lubrificação vaginal, circulação sanguínea na região íntima e sensibilidade sexual;
- Progesterona: influencia o humor e o bem-estar emocional, interferindo indiretamente no desejo;
- Testosterona: apesar de ser considerada um hormônio masculino, também está presente nas mulheres e é fundamental para o desejo sexual e a sensação de prazer.

 

Com a chegada do climatério e da menopausa, os níveis hormonais caem drasticamente, o que pode levar a:

- Redução da lubrificação vaginal;
-
 Diminuição da sensibilidade genital;
-
 Dor durante a relação sexual;
-
 Queda do desejo sexual;
-
 Alterações de humor e irritabilidade.

 

Reposição hormonal e libido: quando é indicada?
 

A reposição hormonal (TRH) pode ser uma das ferramentas indicadas para recuperar a libido feminina quando a causa principal está relacionada à queda hormonal, principalmente em casos de menopausa ou falência ovariana precoce. Também pode ser considerada em mulheres mais jovens com desequilíbrio hormonal diagnosticado.

 

É importante reforçar que a decisão pela reposição deve ser feita após avaliação médica detalhada, que inclua histórico clínico, exames laboratoriais e investigação de causas emocionais ou relacionais que possam estar contribuindo para a queda da libido.

 

Quais tipos de reposição hormonal existem?
 

Existem diversas formas de reposição hormonal, cada uma com suas indicações específicas. O médico pode optar por:

- Reposição com estrogênio e/ou progesterona: indicada para alívio dos sintomas da menopausa;
- Reposição com testosterona: em doses muito baixas, pode ser usada para tratar especificamente a baixa libido feminina;
- Hormônios bioidênticos ou isomoleculares: substâncias quimicamente idênticas aos hormônios produzidos pelo corpo humano, que podem ser usadas para proporcionar mais segurança e eficácia;
- Vias de administração: oral, transdérmica (adesivos ou géis), injetáveis, implantes subdérmicos ou cremes vaginais.

 

Cada caso deve ser avaliado individualmente, levando em consideração os sintomas, as comorbidades e as preferências da paciente.

A reposição é segura?
 

Com o acompanhamento adequado e a indicação correta, a terapia hormonal é considerada segura para a maioria das mulheres.

 

No entanto, existem contraindicações, como histórico de câncer de mama ou endométrio, trombose venosa profunda, doença hepática grave, entre outras.

 

Por isso, o acompanhamento com um ginecologista especializado é tão importante! Ao saber dessas condições prévias, outros tratamentos podem ser indicados ao invés da reposição hormonal.

 

Outras abordagens que ajudam na recuperação da libido
 

Nem toda mulher com queda de libido precisa, necessariamente, de reposição hormonal. Outros fatores devem ser avaliados e tratados. Entre eles:

 

1. Saúde emocional
 

Ansiedade, depressão, estresse crônico são causas comuns da perda do desejo sexual. O acompanhamento com psicólogo ou terapeuta sexual pode ser fundamental nessa fase. Muito mais que um problema pessoal, é importante que o(a) parceiro(a) seja empático durante esse momento de mudança na vida da mulher.

 

2. Autoconhecimento e autoestima
 

A mulher precisa se reconectar com seu corpo, conhecer seus limites e suas preferências. A autoestima também influencia diretamente na libido. Por isso, é tão importante valorizar o toque e a busca pelo prazer tanto individualmente quanto com o(a) parceiro(a).

 

3. Mudanças no estilo de vida
 

Exercícios físicos regulares, alimentação balanceada, sono de qualidade e redução de substâncias, como álcool e cigarro, ajudam na regulação hormonal e na melhora do bem-estar geral. Durante a menopausa, os cuidados com o corpo têm um impacto muito maior que apenas físico: ele também auxilia na regulação hormonal.

 

4. Terapias complementares
 

Fitoterápicos, acupuntura, laser vaginal e suplementos nutricionais podem auxiliar, dependendo da causa da disfunção.

 

A Reposição Hormonal pode ser uma opção para a qualidade de vida
 

A reposição hormonal pode sim ajudar a recuperar a libido da mulher, especialmente quando a causa está relacionada à queda hormonal da menopausa. Entretanto, não é uma solução única ou imediata: o tratamento da libido feminina deve ser multifatorial, considerando aspectos hormonais, emocionais, relacionais e de estilo de vida.

 

Buscar acompanhamento médico especializado ajuda a identificar a causa da disfunção e adotar o melhor plano terapêutico.

 

Por Marcelo Ponte
@drmarceloponte

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