
Foto: Banco Master
A Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master e acionista da Sociedade Anônima do Futebol do Atlético-MG, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Vorcaro é dono de 20,2% da SAF do Atlético, por meio do Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (FIP).
A origem do dinheiro é investigada por possível conexão com o PCC, no âmbito da operação Carbono Oculto. De acordo com as investigações, ele tentava deixar o país em um avião particular.
Depois da prisão, Vorcaro foi levado para a Superintendência da PF em São Paulo. Ele foi alvo de uma operação que mira a venda de títulos de crédito falsos. A instituição emitia CDBs (Certificados de Depósito Bancários) com a promessa de pagar ao cliente até 40% acima da taxa básica do mercado. No entanto, isso não acontecia.
O Banco Master já enfrentava risco de falência. Entre 2023 e 2024, ele investiu cerca de R$ 300 milhões para adquirir a participação no Galo, ficando atrás apenas da família Menin (41,8%) e da Associação do clube (25%) entre os maiores acionistas.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) já apurava a origem dos recursos usados por Vorcaro na compra das ações. O Atlético não é alvo da investigação e informou em nota não ter conhecimento de irregularidades. A suspeita é de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das principais organizações criminosas do país. A investigação acerca da origem do dinheiro é um desdobramento da Operação Carbono Oculto.
A prisão de Vorcaro também ocorreu um dia após um consórcio liderado pelo grupo Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master, negócio que previa aporte de R$ 3 bilhões e participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos. O Master já tinha tentado ser vendido ao Banco de Brasília (BRB), o que foi barrado pelo Banco Central (BC) há cerca de dois meses. Falta de transparência e pressões políticas interromperam os negócios e agravaram a situação da instituição.