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Justiça veta festival com Safadão em Pindoretama


Foto: Reprodução

A Justiça do Ceará determinou a suspensão da 16ª edição do Festival Internacional da Cana-de-Açúcar, o “Pindorecana”, que aconteceria entre esta sexta-feira (24) e domingo (27), em Pindoretama, na Região Metropolitana de Fortaleza.

 

A decisão foi proferida pelo juiz Vinícius Rangel Gomes, da Vara Única de Pindoretama, atendendo a um pedido do Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE). O magistrado argumenta que os recursos públicos deveriam ser destinados à melhoria das escolas e unidades de saúde do município.

 

Segundo a ação, a prefeitura previa gastar R$ 1,69 milhão apenas com as atrações musicais, sendo R$ 1,1 milhão destinado ao show do cantor Wesley Safadão, marcado para o sábado (26) no Estádio Municipal “O Costão”. Também estavam previstos shows de Taty Girl, Forró Real, Gil Mendes e Tito, além de outros custos estruturais que não foram detalhados na ação.

 

Com pouco mais de 23 mil habitantes, Pindoretama enfrenta carências graves na área de serviços públicos. O MP-CE classificou o gasto como “desproporcional” diante do atual cenário social do município. O órgão citou ações judiciais anteriores, de 2022 e 2025, exigindo reformas em escolas e Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que ainda não foram concluídas.

 

Laudos da Defesa Civil apontam que diversas escolas e creches municipais apresentam problemas estruturais, hidráulicos e elétricos. Já as UBSs apresentam trincas, infiltrações, mofos e instalações sanitárias inadequadas.

 

“A realização de um evento com investimento milionário, enquanto as escolas e unidades de saúde seguem sem condições adequadas de funcionamento, demonstra grave desequilíbrio na gestão dos recursos públicos”, aponta o texto da decisão.

 

A Justiça também determinou que a prefeitura informe oficialmente o cancelamento do evento, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Até as 17h desta quarta-feira (24), o perfil oficial da prefeitura no Instagram ainda mantinha os anúncios do festival.

 

A decisão autoriza ainda o uso de força policial, corte de energia elétrica e remoção de pessoas e estruturas, caso necessário para garantir o cumprimento da liminar.

 

A reportagem da coluna tentou contato com a Prefeitura de Pindoretama, mas não obteve retorno até o momento.

 

Fonte: UOL 

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