
Foto: José Cruz / Agência Brasil
O ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, em decorrência de complicações de um câncer no esôfago. A morte do político marca o fim de uma era na esquerda latino-americana. Figura mundialmente reconhecida por sua simplicidade, coerência e postura ética, Mujica deixa um legado de humildade e compromisso com os mais pobres.
Sua história de vida, desde os tempos como guerrilheiro tupamaro até a presidência da República, simboliza a luta por justiça social e direitos humanos em um continente marcado por desigualdades.
Durante seu mandato (2010–2015), Mujica ficou conhecido como “o presidente mais pobre do mundo”, por abrir mão de boa parte de seu salário e continuar vivendo em sua modesta chácara nos arredores de Montevidéu. Suas políticas progressistas, como a legalização da maconha, o casamento igualitário e a descriminalização do aborto, colocaram o Uruguai na vanguarda da América Latina em temas sociais, sempre com base no respeito à liberdade individual e na busca pela equidade.
Mesmo após deixar a presidência, Mujica permaneceu como uma voz ativa no cenário político e social, sendo admirado tanto por aliados quanto por adversários. Seus discursos, muitas vezes carregados de filosofia e crítica ao consumismo, inspiraram jovens e líderes ao redor do mundo.
A morte de Mujica deixa um vazio na política contemporânea, mas seu exemplo continuará vivo como referência de integridade e serviço público.