
O documentário “O Engraxate Que Escalou o Everest” retrata a impressionante trajetória de Rosier Alexandre, que saiu do sertão cearense e alcançou o ponto mais alto do planeta. A produção, dirigida por Ian Ruas, é um poderoso relato sobre desigualdade, superação e transformação, destacando o contraste entre um Brasil marcado pela seca e pela falta de oportunidades e o feito extraordinário de quem desafiou os limites da própria realidade.
O filme será exibido em sessão única no Rio Mountain Festival, no dia 16 de outubro, no CCBB Rio, seguido de uma palestra com Rosier no dia 19, no mesmo local.
De engraxate, vendedor de frutas e trabalhador rural a administrador, palestrante e consultor organizacional, Rosier construiu uma história marcada por desafios e conquistas. Sobreviveu à seca do sertão, a uma avalanche no Everest, ao terremoto do Nepal e até a um sequestro na Papua-Nova Guiné. “Desde que eu coloquei como meta subir os maiores cumes do mundo, eu nunca pensei em desistir. E, agora, com o filme, é só mais um passo dessa caminhada. Estou muito feliz com essa realização e espero que todos gostem de conhecer um pouco mais da minha história”, afirma o alpinista.
Filmado em quatro países e três continentes, o longa reúne depoimentos de grandes nomes do montanhismo e imagens impactantes de expedições em condições extremas. As gravações também enfrentaram obstáculos: a equipe quase ficou presa em Dubai durante uma tempestade histórica, em abril de 2024. “Não é comum ouvir a história de um menino nascido em um casebre no sertão, onde alimento era artigo de luxo, que se tornou adulto e alcançou o topo do mundo. Em um lugar de onde poucos conseguem sair, ele despontou. E, hoje, serve de exemplo para que pessoas de todas as áreas, culturas, classes sociais e religiões acreditem, persistam e alcancem seus próprios cumes”, destaca Ian Ruas.
Com trilha sonora de Oswaldo Montenegro, em parceria com Ian Ruas e Felipe Hostins, o filme apresenta uma nova versão de “O Condor”, lançada pela primeira vez como trilha de cinema. “Um filme brilhante, não só porque a trajetória do protagonista é rara e impressionante. É um filme maravilhoso, não só pelas imagens lindas que Ian Ruas realizou. É um filme necessário, porque deixa claro o sacrifício das pessoas que colaboraram com afeto profundo para que a vitória chegasse, mostrando que herói mesmo é quem se doa ao sonho do outro, e campeão é quem ama para valer”, concluiu o músico.