Foto: Frisson
O Ceará segue como o segundo estado mais católico do país, de acordo com os dados do Censo 2022 divulgados recentemente pelo IBGE. Cerca de 70,4% da população com 10 anos ou mais no estado se declara adepta da religião católica, ficando atrás apenas do Piauí, que lidera o ranking nacional com 77,4%.
Destaque especial para o Cariri, onde os municípios de Crato e Juazeiro do Norte apresentam os maiores percentuais de católicos entre as cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes: 81,3% e 81,1%, respectivamente.
Por outro lado, a proporção de pessoas sem religião no Ceará permanece uma das menores do país: apenas 5,3% da população, a segunda menor taxa nacional.
Entre as mudanças registradas nas últimas décadas, chama atenção o crescimento de religiões de matriz africana. No Ceará, umbanda e candomblé mais que triplicaram em número de adeptos, passando de 0,11% em 2010 para 0,37% em 2022. Esse percentual chega a 1,0% entre a população preta.
Outras tradições religiosas, como espiritismo e crenças indígenas, também apresentaram variações relevantes. O espiritismo se destacou por ter o maior índice de escolaridade: apenas 1,8% de analfabetismo, 48,1% com ensino superior completo e 97% de conexão domiciliar à internet — a maior entre todos os grupos religiosos.
Os dados também apontam que os católicos continuam sendo maioria em todas as faixas etárias, com maior concentração entre os mais velhos. Já os evangélicos ganham força entre os mais jovens: representam 24% entre os que têm de 10 a 14 anos, mas esse número cai para 12,8% entre os idosos com 80 anos ou mais.
A análise por cor ou raça mostra ainda que os evangélicos representam pelo menos 20% em todas as categorias raciais. Já as religiões afro-brasileiras têm maior presença proporcional entre a população preta. Por sua vez, os adeptos das tradições indígenas lideram o índice de moradia própria, com 90,1% vivendo em residências próprias.