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Miguel Santos – Uma Trajetória Marcada Pelo Olhar Atento, Pelas Emoções e Pela Verdade

Um percurso marcado por disciplina, sensibilidade e presença, que o levou na infância do hobby das páginas dos gibis ao cinema, streaming e principais produções do país.

A trajetória de Miguel Santos começa longe das câmeras. Antes de interpretar policiais, agentes, capangas e figuras complexas para projetos da Netflix, HBO, Globoplay ou cinema nacional, ele precisou aprender a interpretar algo ainda mais difícil: a vida. Nascido na Bahia e filho de mãe solo, ficou órfão aos nove meses de idade, quando sua mãe faleceu, vítima de um mal súbito, um episódio que moldou a sua relação com o silêncio e com o olhar atento que o acompanha até hoje. 

Sem conhecer o pai biológico, foi adotado pela sua tia, que o trouxe para morar no Rio de Janeiro, Como ela trabalhava fora, muitas vezes ele ficava sozinho e com tanto tempo em silêncio, mergulhou nas revistas em quadrinhos, que se tornaram seu hobby de infância,  onde podia organizar seus pensamentos e sentimentos."Eu lia e colecionava; tinha caixas cheias dessas revistinhas que pareciam ter saído da banca de jornal, de tanto cuidado que eu tinha", diz.  As narrativas gráficas funcionaram como uma espécie de laboratório emocional, ajudando-o a construir uma compreensão intuitiva das relações humanas, algo que se transformaria em fundamento para sua atuação que aconteceria anos depois quando foi convidado por uma amiga para fazer uma figuração específica na série Tapas & Beijos na Rede Globo, o que despertou sua paixão e o desejo em continuar no universo do audiovisual.

Em sequência, começou a se dedicar e participar de produções independentes e das novelas da emissora. Anos depois, obteve seu registro profissional, consolidando a transição de um talento intuitivo para um ator com formação oficial.

Um ponto marcante em sua carreira aconteceu em 2014, quando foi selecionado por uma produtora de elenco e aprovado pelo Diretor Norte Americano, Spike Lee para o projeto The Game, da campanha Beats of the Beautiful Game. Para alguém que ainda equilibrava a arte com outra atividade profissional, ser escolhido por um diretor dessa relevância teve um peso determinante. “Percebi ali que o que eu fazia tinha força. Que meu trabalho podia ir além do que eu imaginava”, afirma. A experiência ampliou sua visão sobre preparação e responsabilidade no set e reforçou seu interesse pelo audiovisual como linguagem cultural e social.


Spike Lee, Diretor Norte Americano que o dirigiu no projeto “The Game, da campanha Beats of the Beautiful Game”.

Depois desse momento, sua trajetória se expandiu. Ele passou a integrar elencos de produções com estilos muito distintos, embarcando em universos que vão do drama policial ao thriller, sempre interpretando personagens complexos e de grande carga emocional. 

Fez parte de séries como Impuros, Sob Pressão, A Divisão, O Mecanismo, 1 Contra Todos e Magnífica 70; e de filmes como Faixa Preta, Nas Ondas da Fé, Um Suburbano Sortudo, Ricos de Amor e Tudo por um Pop Star. Essa variedade lhe possibilitou estar presente em narrativas que exigem rigor, preparo físico e sensibilidade dramática.

Nos projetos mais recentes, essa amplitude ganhou ainda mais destaque. No filme A Vida de Cada Um, exibido em festival de cinema em 2025, interpreta o sargento Toneto, dividindo cena com Caio Ciocler e Bianca Comparato sob direção de Murilo Salles. Também está em Pedaço de Mim, da Netflix, e na segunda temporada de Cidade de Deus – A Luta Não Para, prevista para julho de 2026 na HBO Max. Em Os Donos do Jogo, vive o Tenente Magno, papel que gerou uma cena que ultrapassou 1,2 milhão de visualizações nas redes e foi amplamente comentada por perfis especializados.

 

Sua participação no videoclipe “Salve a Favela”, produzido pela KondZilla Records e MainStreet Records, reforçou ainda mais a potência de seu trabalho. No projeto, premiado com um Leão de Prata no Cannes Lions, ele interpreta Carvalho, um policial que simboliza a violência vivida em comunidades brasileiras. Segundo Miguel, o papel foi um desafio emocional, mas também uma oportunidade de contribuir para uma narrativa urgente e socialmente relevante. 

Ao falar sobre o seu método, a simplicidade com que descreve seu processo contrasta com a densidade de seus personagens. “Verdade convence. Entrega transforma”, repete. É uma síntese do que acredita: que a técnica é fundamental, mas a honestidade no que se leva para a cena é o que realmente conecta o público. No set, assume postura colaborativa e respeitosa com colegas e equipe técnica, valorizando a preparação, a escuta e a confiança coletiva.

 

Miguel credita parte dessa maturidade à trajetória plural que viveu, conciliando a arte com outras responsabilidades pessoais e profissionais. Para ele, isso ampliou sua compreensão do mundo e se tornou uma ferramenta essencial na construção dos personagens que interpreta.

A autenticidade, afirma, sustenta a alma do personagem. A disciplina sustenta a carreira. E é nesse equilíbrio: firme, mas sensível, que Miguel Santos construiu um caminho que atravessa teatro, televisão, cinema e streaming com consistência e humanidade.   

Acompanhe seus próximos trabalhos no Instagram @Miguelsanths ou em seu perfil no Elenco Digital.

 

 

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