Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discursou na cúpula de líderes do Brics nesta terça-feira, 17, grupo que reúne países emergentes e é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em sua fala, o presidente afirmou que irá divulgar a lista de países que criticam o desmatamento no País, mas que importam madeira ilegal.
"Revelaremos nos próximos dias o nome dos países que importam essa madeira ilegal nossa através da imensidão que é a região amazônica, porque daí, sim, estaremos mostrando que estes países, alguns deles que muito nos criticam, em parte têm responsabilidade nessa questão", disse, na cúpula.
Organizado pela Rússia, o painel reuniu líderes dos países emergentes, incluindo Xi Jinping, presidente da China, que trocou críticas com o presidente Bolsonaro. Em seu discurso, o presidente chinês ressaltou os avanços de seu imunizante, tema que foi motivo de discussão entre Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria.
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Também em sua fala, o presidente criticou a atuação da Organização Mundial da Saúde (OMS) na luta contra o coronavírus e indicou a necessidade de alterações na Organização Mundial do Comércio (OMC), na qual o Brasil não possui assentos permanentes, ao contrário de Rússia e China.
Declaração de Moscou
Ao final da reunião, o Ministério das Relações Exteriores divulgou a “Declaração de Moscou”, manifestação assinada pelos líderes dos cinco países do grupo. Com 97 itens, o documento reitera pontos relacionados principalmente à diversidade e ao compromisso com o “multilateralismo”.
“Reafirmamos nosso compromisso com o multilateralismo e os princípios de respeito mútuo, igualdade soberana, democracia, inclusão e colaboração fortalecida. Continuaremos trabalhando para fortalecer e reformar a governança internacional com vistas a torná-la mais inclusiva, representativa, democrática, com significativa e maior participação de países em desenvolvimento nas tomadas de decisão internacionais, melhor sintonizadas às realidades contemporâneas”, diz o ponto 6 do documento.
Também na declaração, o bloco reconheceu a candidatura do Brasil como membro do Conselho de Segurança para o biênio 2022-2023. “Será uma oportunidade para aprimorar mais o diálogo com os países do BRICS sobre questões na agenda do Conselho de Segurança da ONU e para a cooperação continuada dos países do BRICS em áreas de interesse mútuo, inclusive por meio de intercâmbios regulares entre suas Missões Permanentes nas Nações Unidas e em outros fóruns internacionais”.