HOME Notícias
Hapvida planeja crescimento com R$ 9,8 bilhões em caixa


Foto: Reprodução Instagram

A Hapvida superou a etapa mais complexa do processo de fusão com a NotreDame Intermédica. A avaliação é do CEO da companhia, Jorge Pinheiro, que mencionou ao Valor Econômico o período de ajustes estruturais, a reorganização, eficiência e o amadurecimento operacional. 

 

De acordo com Pinheiro, a robustez de caixa, com o montante de R$ 9,8 bilhões, os resultados dessas medidas devem ganhar fôlego já ao longo de 2026, reancorando as expectativas de investidores e fortalecendo os fundamentos de longo prazo. O CEO mencionou que a companhia finalmente concluiu a unificação operacional e tecnológica com a NDI, uma das etapas mais desafiadoras já enfrentadas pelo setor. 

 

"Com a integração concluída, a Hapvida passa a ter acesso a sinergias que não estavam disponíveis enquanto as operações seguiam paralelas. Trata-se, portanto, de um divisor de águas que prepara a empresa para um ciclo mais eficiente e previsível", afirmou. 

 

A companhia também iniciou a reestruturação de governança nesta nova fase. O conselho aprovou recentemente uma reorganização da diretoria executiva, reduzindo o número de vice-presidências de 14 para oito – medida que, segundo o CEO, torna a tomada de decisão mais ágil e diminui a complexidade interna. A presença de nomes experientes, como o conselheiro José Galló e o consultor Marcus Fontoura, reforça o modelo de governança e amplia a capacidade técnica da empresa.

 

Pinheiro também destacou a maturação dos investimentos realizados nos últimos dois anos. Em 2025, a Hapvida destinou aproximadamente R$ 900 milhões à expansão e à infraestrutura, o que possibilitou a abertura de mais de mil novos leitos em regiões de alta demanda, como Manaus, Recife, Fortaleza, Belém e ABC Paulista. 

 

Embora esse movimento tenha pressionado as margens no curto prazo, o executivo afirma que o efeito não deve se repetir em 2026, permitindo que a companhia entre em um ciclo de recuperação gradual da rentabilidade à medida que os novos ativos operam em sua capacidade plena.

 

O CEO comentou ainda o aumento da concorrência no Sudeste, especialmente em São Paulo, e reiterou que a Hapvida não pretende adotar estratégias agressivas de guerra de preços, consideradas prejudiciais ao setor e insustentáveis no longo prazo. Para ele, o mercado deve passar por um processo natural de correção nos próximos anos, com um retorno a patamares mais racionais de reajustes.

 

No campo tecnológico, a empresa segue acelerando iniciativas de digitalização, consideradas por Pinheiro essenciais para diferenciar o modelo assistencial. Hoje, a Hapvida mantém cerca de 200 projetos de inteligência artificial, dos quais 90 já estão em uso, com impactos diretos na qualidade do atendimento. A telemedicina também avança, registrando cerca de 700 mil teleconsultas mensais, o que reforça a eficiência e a conveniência do serviço. 

 

“Nosso compromisso é de longo prazo, e os fundamentos da companhia permanecem sólidos”, concluiu.

PUBLICIDADE