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Da raiz aos futuros: Ângelo Vieira Jr. na jornada de transformação dos negócios no Brasil


Ângelo Vieira Jr. (Foto: Divulgação)

Em um tempo em que a inovação costuma ser associada à velocidade, aos algoritmos e à frieza dos números, há quem escolha caminhar em outra direção — mais profunda, mais humana e mais verdadeira. Ângelo Vieira Jr., executivo cearense que conquistou o Brasil e inspira mercados no mundo inteiro, é um desses raros líderes que transformam o futuro não pela imposição de tendências, mas pela escuta dos territórios, pela fé nas pessoas e pela coragem de honrar o chão onde nasceu.

 

Natural de Novo Oriente, no sertão dos Inhamuns, Ângelo não carrega o lugar apenas na certidão de nascimento, mas na alma. “O sertão me ensinou a ouvir o silêncio, a valorizar os vínculos e a buscar soluções que não estão no óbvio”, afirma. Sua trajetória o levou a 46 países e a posições de liderança em gigantes como Natura, Unilever, Itaú, SEBRAE e Grupo Pão de Açúcar. Contudo, é no retorno às origens — e no compromisso com a democratização do conhecimento — que reside a verdadeira potência da sua jornada.

 

Professor, conselheiro, CMO da Conviver Urbanismo e nome requisitado nos principais eventos de marketing e inovação do Brasil, Ângelo une erudição e afeto como poucos. Seu mais recente trabalho, o Lúmen Estratégico, é um e-book (gratuito) que resume as análises que colheu em três continentes e projeta as tendências de 2025. O empolgante é que não se trata de um documento técnico ou distante. O que emerge das suas páginas é uma convocação à humanidade: “As tendências mais fortes falam sobre escuta, afeto, senso de comunidade e regeneração”, conta ele. “Em meio à obsessão por performance, o fator humano voltou a ser central.”

 

Com uma formação que passa por Harvard (EUA), HKUST (China), IIHS (Índia) e UAB (Espanha), sua grande maestria é traduzir o complexo sem simplificar o essencial. “Democratizar os futuros”, como ele defende, é mais do que um slogan — é um gesto político, pedagógico e afetivo. “Significa sair da minha zona de Conselho com as gigantes e sentar num auditório lotado para olhar no olho de um pequeno empresário e compartilhar algo que pode mudar seus caminhos.”

 

Ângelo, em seu discurso honesto e envolvente, acredita que os futuros mais potentes são aqueles que honram os pontos de partida. “Em um tempo em que tudo é imediatismo e escala, economia guiada por exponencialidade, olhar para trás é um gesto de coragem e lucidez. É entender que cultura, território, nossa gente e ancestralidade são insumos estratégicos e não barreiras ao progresso. O passado, nesse sentido, não é um lugar apenas da nostalgia, mas um repositório de sabedoria e de análise contínua de experiência”, reflete. 

 

Olhar para trás - certamente - é o caminho para projetar futuros que não sejam cópias malfeitas de tendências globais. São caminhos com alma. Ângelo conclui o pensamento citando o poeta cearense Dideus Sales, “quem carrega o chão de casa, pisa mais firme em qualquer canto”. Este chão o permite andar com ousadia e propósito.

 

Branding que emociona, não que enfeita

 

No Cariri cearense, Ângelo viveu um dos momentos mais simbólicos de sua carreira: a homenagem ao Mestre Espedito Seleiro, realizada no Horto do Padre Cícero — a primeira projeção mapeada da história daquele santuário. A ação viralizou. Mas não foi pensada para isso. “Aquela campanha nasceu da escuta. Não era sobre vender um empreendimento. Era sobre afirmar uma identidade”, conta, referindo-se à Conviver Riviera, marca que patrocinou a ação.

 

O impacto foi avassalador. Pessoas se emocionaram, se reconheceram, se sentiram vistas. “Branding afetivo não é contar uma boa história. É contar nossa história com respeito”, afirma. “Quando o território se sente representado, ele se engaja.”

 

É dessa lógica que ele retira sua filosofia de marketing regional, um contraponto necessário à pasteurização das grandes narrativas corporativas. “Não vendemos só produtos. Vendemos sentido. E o sentido precisa caber em cada canto.”

 

Inovação com responsabilidade

 

Na era da inteligência artificial, onde o encantamento pelo digital ameaça eclipsar a crítica, Ângelo ergue bandeiras importantes. Em maio, será um dos palestrantes do Rio2C — o maior evento de criatividade e inovação da América Latina — para discutir o custo ambiental de perguntar ao ChatGPT. “Nem tudo que parece imaterial é inofensivo”, adverte. “Os futuros precisam de encantamento, sim. Mas também de consciência”.

 

Essa consciência atravessa também sua leitura sobre o varejo, que ele defende como espaço sensorial, afetivo e até filosófico. “O toque, o cheiro, o tempo de escuta viraram luxos”, diz. Para ele, as lojas do futuro não serão apenas pontos de venda — serão pontos de experiência, escuta e pertencimento. “O varejo é um palco vivo onde sonhos e angústias se encontram".

 

Segundo ele, democratizar os futuros dos pequenos negócios significa ir aonde as pessoas estão, sair da zona de Conselho com as grandes e gigantes e se sentar num auditório lotado, olhar no olho de um pequeno ou médio empresário, pegar em sua mão e compartilhar algo que pode mudar seus futuros com uma palavra estratégica, falar a língua dele e entender suas dores reais. “Por isso insisto tanto em democratização de narrativas e metodologias, linguagem clara e ações que envolvam, não só informem”, conclui.

 

Conheci o Ângelo palestrando no evento Cenários do Varejo 2025. Ele trouxe a ideia de que “o varejo é um palco vivo, é um verdadeiro laboratório de observação diário e cheio de detalhes”. Ele torna simples o futuro, trazendo para o presente a perspectiva de que (o futuro) já é agora. 

 

Do sertão cearense à Times Square, onde gravou um episódio do Wall Street Cast, a trajetória de Ângelo é marcada pela obstinação. Mas também pela sensibilidade. À pergunta sobre o que diria ao menino dos Inhamuns que um dia sonhou em reinventar o mundo, a resposta vem como oração: “Vai doer, vai ser complexo, vai ser desafiador, mas vai valer. Por você, e por todas as outras histórias que você vai conseguir impactar".

 

E é assim — com coragem, consciência e delicadeza — que Ângelo Vieira Jr. tem ajudado a transformar os negócios no Brasil. Mas talvez seu maior feito seja lembrar, a cada passo, que inovação e essência não precisam andar separadas. Que futuro bom é aquele que cabe em todo canto. E que, como escreveu Belchior, “o novo sempre vem”.

 

Mais informações:
Angelo Vieira Jr
https://www.instagram.com/angelovieirajr
https://www.linkedin.com/in/angelovieirajr

 

Por Lidú Figueiredo
@lidufigueiredo

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