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Conselheiro Federal protocola proposta em prol da advocacia negra


André Costa (Foto: Divulgação)

O Conselheiro Federal da OAB pelo Bancada do Ceará, André Costa, protocolou, na última sexta-feira, dia 3, uma proposta junto à entidade nacional requerendo a implementação de ação afirmativa, na modalidade de cota racial. A ação afirmativa tem foco no âmbito dos seus órgãos (Conselho Federal, Conselhos Seccionais, Subseções e as Caixas de Assistência dos Advogados), para o preenchimento dos cargos de suas diretorias e de todos os seus membros (titulares e suplentes), por advogadas e advogados negros, no percentual de 30% das vagas a serem preenchidas, pelo período de 10 mandatos, contados a partir do primeiro mandato seguinte ao da eleição que for aprovada e implementada essa medida especial, podendo ser renovado, por igual prazo, conforme avaliação do Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB.

A proposta tem o total consentimento e apoio do presidente da OAB Ceará, Erinaldo Dantas. Ele destacou que a iniciativa do Conselheiro Federal André Costa é muito louvável e merece o reconhecimento de toda a advocacia do país. "Considero extremamente  importante a participação de advogados(as) negros(as) nas direções e órgãos da OAB. Desde o início da nossa gestão temos nos pautado pela democracia, representatividade e paridade de gênero. Estabelecemos que as mulheres ocuparão mais de 50% dos cargos de presidentes de comissões. E assim tem sido. Na Escola Superior de Advocacia, o braço educacional da Ordem, também publicamos uma portaria conjunta (01/2020) que determina um contingente mínimo de 50% de mulheres para ocuparem função de palestrantes, facilitadoras, mediadoras e professoras em eventos promovidos pela ESA-CE", afirmou Dantas. 

Para o advogado André Costa, chegou o momento da OAB, entidade que defendeu ativamente a constitucionalidade da reserva de vagas por critérios étnico-raciais (cotas raciais) no ensino público superior, em 2012, e nos serviços públicos, inclusive nas Forças Armadas Brasileiras, em 2017, e no Supremo Tribunal Federal (STF), “implantar mecanismos internos que assegurem a diversidade e a representatividade na ocupação e no exercício de todos os seus cargos e funções por advogados(as) negros(as). A OAB, mais uma vez, poderá ser um exemplo para o Brasil e para o mundo". 

Em sua proposta, André Costa lembra a Resolução nº 203 do Conselho Nacional de Justiça, de 23/06/2015, que “dispõe sobre a reserva aos negros, no âmbito do Poder Judiciário, de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e de ingresso na magistratura”, e o Edital de Abertura do I Concurso Público Nacional Unificado para Ingresso na Carreira da Magistratura do Trabalho, de 27/06/2017, com previsão de 20% do total de vagas reservadas aos candidatos negros. Ambos os exemplos são resultados da luta da OAB e da postura firme e histórica do STF.

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