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A busca pela saúde não envolve só o remédio que uma pessoa toma ou o exame que ela faz quando se sente indisposto. Inclui o horário que ela dorme, o alimento que ela consome e o quanto ela consegue escutar seu corpo. "O corpo dá sinais, sempre!", branda média nutróloga Clarissa Aguiar. Formada em medicina desde 2014, a doutora foca no equilíbrio pela saúde e exerce a medicina integrativa, buscando sempre aprimorar a qualidade de vida de seus pacientes. 

A dra., que segue se aprimorando na área, principalmente na saúde da mulher, medicina de precisão e tratamentos hormonais, conversou com a Frisson sobre sua pesquisa, sua linha na medicina e sobre a expansão das redes sociais na atuação médica. Confira a entrevista:  

Frisson: Dra, pode explicar como você começou a se interessar por Medicina e como foi sua trajetória até sua formatura? 

Clarissa Aguiar: Desde a escola, sempre pensei em fazer algo da área da saúde. Inicialmente, pensei em odontologia, e depois me interessei pela medicina, que hoje é uma grande paixão. Durante a faculdade, pensei muito em fazer cirurgia, depois pediatria, depois psiquiatria e, por fim, me encantei pela nutrologia e pela medicina que previne doenças.

Frisson: Você é pós-graduada em Nutrologia, mas não exatamente segue essa área, certo? Pode explicar melhor? 

Clarissa Aguiar: Quando falamos em medicina integrativa e preventiva, diversas áreas precisam ser estudadas, não só a nutrologia. Entender sobre alimentação, suplementação e tratamento são fundamentais, mas muito além disso, precisamos entender sobre fisiologia, como o nosso corpo de fato funciona, para então atuarmos dentro dessa base, equilibrando e tratando, antes que a doença surja.

Frisson: Você trabalha com medicina integrativa. Pode explicar melhor do que se trata esse tipo de medicina? 

Clarissa Aguiar: A medicina integrativa é o termo utilizado para uma medicina que integra diversas abordagens.

Frisson: Já pensou em fazer outra pós-graduação ou especialidade? Se sim, quais? 

Clarissa Aguiar: Sigo fazendo diversas. Atualmente, estou fazendo três, sempre com foco em medicina de precisão, saúde da mulher e tratamentos hormonais

Frisson: Você falou que o corpo “quer dizer” alguma coisa. Pode explicar mais sobre a questão dos sintomas e da comunicação do próprio corpo? 

Clarissa Aguiar: O corpo dá sinais! Sempre! Acontece que hoje em dia, a correria moderna, a imensa oferta de alimentos de péssima qualidade, a facilidade de encontrar "industrializados" e a dificuldade de encontrar comida de verdade têm construído uma geração com muita comida e pouco nutriente. A maioria das pessoas hoje está com algum nível de inflamação, e muitas estão literalmente desnutridas. Isso impacta profundamente na saúde hormonal e no desenvolvimento das nossas atividades. Como eu sempre digo: não é normal você sentir diversos sintomas e continuar sem procurar ajuda médica. 

Frisson: Você também trabalha com disfunções hormonais e menopausa. Como a medicina integrativa consegue atuar nessas áreas? 

Clarissa Aguiar: Um exemplo de disfunção hormonal é a própria menopausa, porém, muitas mulheres lutam com os fogachos, com a queda na libido, e perdem significativamente a qualidade de vida sem receber um diagnóstico claro sobre isso. A mulher procura ajuda pois a libido não está boa, desencadeia estresse e ansiedade e acredita que é apenas um problema psicológico. Quando ela faz os exames certos, percebe o declínio hormonal, que hoje em dia começa cada vez mais cedo. Tenho pacientes com menos de 40 anos que já começaram a reposição e o acompanhamento. 

Frisson: Como você trabalha a fertilidade? E o que você percebe quando uma mulher fala com você que não consegue engravidar? Há algum sintoma ou causa específicos?

Clarissa Aguiar: Pré-concepção é o meu grande amor! Quanto mais eu estudo, mais eu percebo que a mulher fértil está com toda potência de seu corpo. Então, o primeiro passo após a consulta e os exames é traçar um plano de ataque para equilibrar a saúde dessa futura mamãe. Muitas vezes, incluem alguns detalhes no equilíbrio hormonal e nos minerais necessários, uma suplementação personalizada que colabora com o que ela realmente precisa e um planejamento para mudança de estilo de vida. 

Ajustes que contemplem uma vida de forma integral, seja no relacionamento com as pessoas, com o companheiro ou com o próprio corpo. Precisamos analisar tudo! E, acredite, eu já tive paciente que havia enfrentado vários processos de fertilização in vitro e com poucos meses alcançou o equilíbrio necessário para que seu jardim florescesse.  

Frisson: Como a pandemia influenciou na sua área de atuação? Houve uma mudança na busca por tratamentos específicos? 

Clarissa Aguiar: Houve um grande alerta sobre saúde. Acredito que o maior aprendizado dessa tragédia foi que as pessoas perceberam que o nosso alerta não é brincadeira: existe um abismo de diferença entre não ter doenças e ser saudável. Se você observar, quem mantinha um "estoque" de saúde conseguiu enfrentar a doença com mais esperança que algumas pessoas que acumulavam comorbidades e estilo de vida nada saudáveis. Mudou muito a perspectiva dos pacientes. Hoje eu atendo muita gente buscando saúde, pois perceberam que se aparecer uma nova onda [da covid], eles precisam estar fortes para enfrentar a vida. 

Frisson: Como a medicina integrativa dialoga com o dia a dia de uma pessoa? 

Clarissa Aguiar: A medicina integrativa está por toda parte, depois que o paciente percebe que tudo que acontece interfere na saúde, ele vai perceber que dormir cedo é bom, não porque ele vai deixar de aproveitar a vida, mas porque ele vai equilibrar sua produção hormonal e viver com muito mais intensidade a sua vida. Ele percebe que se alimentar melhor não é sobre peso, mas sobre energia e disposição. Ele percebe que hábitos ruins prejudicam desde o desempenho profissional até mesmo as relações humanas. Então, o paciente que conhece esse olhar integral sobre a saúde, vai perceber que tudo, tudo, tudo envolve o bem estar e a longevidade. 

Frisson: Você também fala sobre medicina e tira dúvidas em suas redes sociais. Como elas trabalham como aliadas para sua atuação? 

Clarissa Aguiar: As redes sociais são os maiores veículos de comunicação da atualidade, e elas democratizaram o espaço de fala. Antes das redes sociais, quem mandava e desmandava no que a gente sabia, lia e ouvia eram as grandes indústrias. Se você se lembrar, décadas atrás, os maiores impérios alimentícios eram de doces, salgadinhos, condimentos e tudo que todos nós sabemos que não é nada saudável, mas eram eles que dominavam os comerciais de TV e de rádio. 

A internet deu voz a todos e, com isso, eu posso conscientizar centenas de milhares de pessoas no meus Instagram, mostrando todos os dias o quanto vale a pena uma vida mais saudável, mais equilibrada e que nos garanta uma longevidade feliz, para conviver por muito mais tempo com quem a gente ama. Eu acredito que nada melhor que o exemplo para qualificar a nossa fala. 

Frisson: Além da medicina, quais são seus interesses e objetivos para 2023?

Clarissa Aguiar: Eu sou esposa, mãe, filha, irmã, tia, amiga, empresária, influenciadora, mentora e por aí seguimos! Em um processo de evolução constante de aprendizado, com muita entrega, muito estudo e principalmente muita consciência de que o futuro é uma construção diária! Para 2023, eu quero ajudar cada vez mais famílias a alcançarem seu positivo, cada vez mais mulheres conquistarem a qualidade de vida que merecem e cada vez mais homens felizes e fortes para protegerem suas famílias. Eu quero cada vez mais vida, para todos que eu puder ajudar para que tenhamos o prazer de conviver e transbordar o amor no coração de quem a gente ama.