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“Acha que a TV está acabando? Espere deitado”, por Ricardo Feltrin

Foto: Reprodução

Nestes 25 anos cobrindo os bastidores da TV brasileira, cansei de escutar a mesma ladainha: a de que a TV aberta está com seus dias contados.

Primeiro, ela ia morrer porque seria devorada pela TV por assinatura. Não foi.

Depois, seu fim estava próximo porque a internet a tornaria irrelevante. Não tornou.

Mais recentemente, esse “blablablá” sem qualquer base estatística ou mesmo de realidade voltou. Agora é o streaming que condenará a TV aberta à morte. Pois não condenará.

Os comentários e tuítes que mais leio, quando escrevo qualquer reportagem sobre TV, são desabonadores a este veículo. “Ainnn mas quem ainda vê TV, Feltrin?”

Eu respondo: quase 80 milhões de brasileiros que não têm banda larga, sendo que uns 50 milhões deles estão na linha de pobreza. Sem falar nos mais de 12 milhões de desempregados pela CLT.

Essa gente não vê Netflix, não fica postando selfie fazendo bico no Instagram, e nem checando as novas amizades no Facebook.

Essa gente sofrida está lutando para levar alimento à própria boca e à da sua família.

Para essas pessoas, o único veículo de lazer familiar ainda é a TV aberta.

A novela da Globo, o Silvio Santos no SBT, os telejornais da Record, a Fórmula 1 na Band, e assim por diante.

Nas redes sociais algumas pessoas parecem viver numa bolha, num mundinho oco e descolado da realidade crua de um país tão desigual (e injusto) como o nosso.

“Ainnn quem ainda vê TV, Feltrin?” Os pobres, que você não enxerga, meu caro.

O streaming está crescendo, sem dúvida. Mas ainda terá muito feijão para comer antes de atingir a relevância da TV aberta. E a lucratividade também, mas sobre isso falarei numa outra coluna, aqui no Frisson Online..

E digo mais: dados exclusivos da Kantar Ibope Media. obtidos por mim em fevereiro, são taxativos: em NENHUMA faixa horária do dia ou da noite a TV (aberta ou paga) perde sua hegemonia. E não perde em nenhuma faixa etária também.

Senão vejamos:

Dos brasileiros entre 12 e 17 anos de idade, 42% dizem consumir streaming, mas 58% afirmam ver TV (também); entre 18 e 49 anos o resultado é semelhante.

Já entre pessoas de 50 a 59 anos são 85% de consumidores de TV, enquanto o streaming só tem 15% desse público.

A partir de 60 anos, então, a surra da TV é avassaladora: 91% de telespectadores contra 9% de streaming.

Essa é a realidade que os “videntes da mídia” insistem em não ver. Estão vaticinando o fim da TV aberta de pé. Deveriam esperar deitados.

Olá, cearenses!!!

Esta é minha primeira coluna para o portal Frisson Online.

Tive duas sortes este ano: a primeira, de passar férias em Fortaleza (pela segunda vez, aliás).

Como músico profissional por 11 anos, e jornalista nos últimos 30, devo ter visitado centenas (sem exagero) de cidades no Brasil e no mundo.

E garanto: nunca conheci povo mais caloroso, cordial, educado e atencioso que o cearense.

Nos 15 dias em que estive aí, não houve um único estabelecimento que entrei que não fui recebido com um sorriso e um bom dia. Em alguns momentos pensei até estar em uma outra dimensão do Brasil.

A segunda sorte que tive em Fortaleza, foi conhecer esse “furacão” hiperativo chamado Gaída Dias. Ainda estou zonzo com a energia dessa mulher, mãe, esposa, empresária e criadora de conteúdo.

Por isso tudo considero uma honra fazer agora parte desta família cearense.

Escreverei aqui uma vez a cada 15 dias, tá? Espero vocês, hein? Hein?

Por Ricardo Feltrin

@feltrinoficial

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