
Foto: Arquivo Fortaleza Nobre / Nirez
Um dos mares mais belos do Brasil, a Praia de Iracema nasceu ainda no século XIX como um recanto boêmio e cultural às margens do então chamado Porto das Jangadas.
Na época, era conhecida como Praia dos Amores, um espaço frequentado por pescadores, viajantes e artistas que enxergavam naquele trecho de litoral um refúgio de inspiração e convivência. Aos poucos, o lugar foi se configurando como ponto de encontro da cidade, marcado por sua atmosfera livre e pelo contato direto com o mar.
Com o passar das décadas, o bairro ganhou novos contornos e recebeu o nome Praia de Iracema em homenagem à célebre personagem criada por José de Alencar, consolidando a identidade romântica e literária, aproximando cultura, história e paisagem. Durante a primeira metade do século XX, o bairro já despontava como um dos centros mais vibrantes da vida social fortalezense, reunindo bares tradicionais, pensões, cafés e a boemia que começava a deixar marcas profundas em suas ruas estreitas.
Nos anos 1970 e 1980, a Praia de Iracema viveu um período de efervescência cultural. Artistas plásticos, músicos, escritores e intelectuais transformaram o bairro em uma verdadeira vitrine de experimentação artística. Surgiram casas noturnas icônicas, movimentos alternativos e espaços de convivência que ajudaram a moldar o imaginário da juventude da época.
A partir dos anos 2000, a região passou por ciclos de revitalização, buscando equilibrar sua essência histórica com novas demandas urbanas e turísticas. Equipamentos como o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura reforçaram o protagonismo cultural do bairro, atraindo moradores e visitantes para uma programação diversificada. Ao mesmo tempo, bares, pousadas, restaurantes e iniciativas criativas contribuíram para manter viva a identidade pulsante que sempre caracterizou a Praia de Iracema, um lugar onde a cidade respira cultura, mar e liberdade, sendo um dos polos mais apaixonantes de Fortaleza nesses 300 anos de história.