Fernando Scherer, o Xuxa, abriu o coração e assumiu o vício em pornografia. "Tem toda uma cultura da venda disso, de erotizar a mulher em todos os sentidos, e fica parecendo natural. Não é natural. Falo sobre mim: hoje, com muito conhecimento, percebi que meu corpo foi acostumado à dopamina, que a pornografia gerava chegava a ser maior às vezes que o próprio sexo. Quando você treina o teu cérebro a ter o gozo momentâneo, você perde o prazer do antes e do depois. Perde todo o contexto da relação mesmo: a conexão, o amor em dois, a troca, o companheirismo, o olhar, a conexão", relatou.
A depressão veio como consequência. "Fui ficando mais recluso, e tudo aquilo que eu gostava foi perdendo a cor. Isso de sair para jantar e beber vinho já não tinha mais graça, comida não tinha mais o mesmo sabor, ir para praia perdeu o encantamento. Fui me recolhendo e estava ficando em casa todo dia sem me dar conta", assumiu.
Aliando terapia, meditações e leitura, Xuxa revelou, à GQ Brasil, que conseguiu se controlar. "Se viesse aquela necessidade de me masturbar com pornografia e eu entendesse que não é uma escravidão naquele momento, não teria problema. A pergunta que sempre faço é: precisa para quê? O que que você está sentindo? Tem uma falta aqui hoje? Pô, não tem. Então, por que agora, sozinho? É para descarregar uma energia, um stress, uma ansiedade? E quando eu começo a questionar, a mente já está em outro lugar. Não preciso mais, já passou", concluiu.
Pornografia tem tratamento
Na literatura médica e em consultórios, o vício em pornografia costuma ser tratado dentro do conjunto dos comportamentos sexuais compulsivos, atos repetitivos relacionados à sexualidade que causam sofrimentos e danos, reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde em 2018.
O tratamento conta com processos psicoterápicos e farmacológicos. Remédios auxiliam no controle dos impulsos, enquanto o auxílio terapêutico atua contra a compulsão. Se você sofre com isso, procure um psiquiatra e um psicólogo para iniciar o tratamento o quanto antes.