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Nos primeiros quatro meses de 2021, 93% dos empregos do Ceará eram de pequenos negócios

Em relação às categorias, o setor de serviços foi o que mais gerou um saldo positivo de empregos pela MPEs, com 8.242 contratados de janeiro a abril

Foto: Lino Vieira/Frisson

Um estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, indicou que 93% dos empregos gerados no Ceará entre janeiro e maio de 2021 foram de pequenos negócios. No total, foram 18.754 empregos gerados pelas micro e pequenas empresas (MPEs) nos primeiros quatro meses do ano. Já o saldo das médias e grandes empresas (MGE) foi de 1.035 postos de trabalhos.

Em relação às categorias, o setor de serviços foi o que mais gerou um saldo positivo de empregos pela MPEs, com 8.242 contratados de janeiro a abril. O setor é seguido pela Indústria (4.353 empregos), Comércio (2.644) e Construção Civil (2.603).

Em números de todo o País, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por um saldo de 677.459 empregos com carteira assinada, o que representa um total de 70,72% de todos os postos de trabalho do País. No mesmo período, as Médias e Grandes Empresas geraram 212.218 empregos. 

Para o superintendente do Sebrae/CE, Joaquim Cartaxo, os números do Caged indicam a importância das MPEs para o desenvolvimento e economia do País. Apresentando bons sinais de recuperação em 2021, os pequenos negócios - junto com microempreendedores individuais - têm sido uma resposta valorosa para o enfrentamento da pandemia, não só pelos custos menores, mas pelas soluções criativas. “Mesmo em um cenário de enormes dificuldades trazidas pela pandemia, os pequenos negócios estão dando uma resposta mais rápida do que as grandes empresas, sendo responsáveis por quase a totalidade dos empregos com carteira assinada gerados no estado nos primeiros quatro meses do ano”, indica, em nota enviada para a imprensa. 

Ainda, quando analisados apenas os pequenos negócios, o número é visto com bons olhos pela secretária executiva da Diretoria do Sebrae Ceará, Alice Mesquita. Segundo ela, o número de pequenos negócios no Ceará cresceu 12,9% comparando o ano de 2020 com o ano de 2019. Ainda, quando analisados apenas os últimos 12 meses, os pequenos negócios responderam por 71,8% dos empregos de carteira assinada. Esse crescimento também tem relação com a pandemia do novo coronavírus, visto que o empreendedorismo virou solução para a situação do mercado.

"Durante a pandemia houve uma grande transformação do mercado surgindo novas formas de consumo e para os pequenos negócios é mais fácil o processo de adaptação e de nascimento de novas empresas para atender a essas demandas. Muitas empresas surgiram em substituição ao emprego formal e outras aproveitaram a oportunidade incluindo aqui os novos modelos de negócios como foi o caso do comercio eletrônico e negócios digitais. As empresas prestadoras de serviços e manutenção em geral e empresas de entrega que foram muito solicitadas nesse período", destaca a secretária. 

Crescimento no número de registros

Segundo dados da Junta Comercial do Estado do Ceará (Jucec), o mês de maio de 2021 registrou um balanço de 8.455 novas empresas no Ceará, um crescimento de 102% em relação ao mesmo mês, em 2020, quando o número de aberturas foi 4.182. Desse número 82% foram exclusivamente de microempreendedores individuais (MEI). 

O crescimento chama atenção principalmente devido à pandemia do novo coronavírus, que fez com que diversos empreendimentos fechassem, principalmente setores mais prejudicados, como bares e restaurantes. Entretanto, apesar do registro de crescimento, o mês de maio de 2021 registrou que 2.735 empresas fecharam, um número 87% maior que o do mesmo período em 2020, que foi de 1.460 empresas, mas ainda menor que o registrado em maio de 2019, com 2.877 fechamentos. 

Segundo Felipe Melo, articulador da Unidade de Inteligência Estratégica do Sebrae Ceará, a pandemia trouxe ainda uma série de camadas para o contexto do empreendedorismo nacional que ainda necessitam ser discutidas e analisadas, de forma que não foram ainda assimiladas nem no ponto de vista social ou econômico. “Dessa forma o empreendedorismo passa por transformações que ainda precisam ser corretamente desveladas. Uma delas é a intensidade da dinâmica humana no fechamento e abertura de novos negócios”, explica.

“Se, por um lado, temos a menor taxa de empreendedorismo total no país dos últimos 8 anos, temos também a maior taxa de empreendedorismo inicial (empresas com até 3 meses de operação) dos últimos 18 anos. É fato que boa parte desses novos empreendimentos ocorrem por necessidade. Cerca de 82% dos novos empreendimentos tem como motivação a busca de uma alternativa ao mercado de trabalho demasiadamente acirrado e escasso”, detalha Felipe. 

Segundo o articulador, os Pequenos Negócios estão impulsionando uma geração de empregos em 2021, em que quase 95% das vagas geradas foram pelas micro empresas e empresas de pequeno porte. “Dessa forma, as nuances se alteram entre a necessidade de geração de renda para a camada com menor escolaridade da população e as oportunidades de crescimento e empreendimento oriundas de um momento de crise. É um pêndulo cruel”. 

Ainda segunda a pesquisa, quando comparado o começo de 2021 até o fim de maio, o resultado é positivo, com 45.686 empresas contra 31.694 em 2020 e 33.852 em 2019. Já os encerramentos foram 14.638, 11.217 e 13.360 em 2021, 2020 e 2019, respectivamente. 

Criação e encerramento de empresas entre janeiro e maio de cada ano. Ilustração: Natália Coelho

 

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