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Waldonys: Frisson na música e nas alturas

Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, denominou o entrevistado da semana da Coluna Frisson como o “Garoto Atrevido”. Seu nome? Waldonys, que com a sanfona faz os acordes para músicas dos mais variados tipos e que no céu impressiona a todos com ousados números acrobáticos. Em um bate-papo super descontraído, o músico falou sobre a carreira, os novos projetos e as pretensões para o futuro. Confira a seguir:

Como foi o início de sua carreira?
Comecei muito cedo por influência do meu pai, que é um alucinado pela sanfona. Por conta disso, eu agradeço muito, porque eu ouvia, ainda no berço, o forró, mas o forró mesmo, de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Marinês, Elba Ramalho. Disso tudo eu bebi na fonte ainda novinho. Isso tudo fez com que meu trabalho ainda hoje seja formado em cima de um alicerce muito forte, desse time de forrozeiros, que lá na frente eu vim a conhecer.

E sobre essa parceria com grandes nomes da música?
Isso. Toquei e gravei com Luiz Gonzaga, que, além de grande instrumentista, grande cantor, rei e fundador do baião, ele também era humorista. Ele chegou a contar uma apologia de um jumento com a história de um padre.

E o orgulho, deve ter sido imenso, né?
Olha, e quanto mais o tempo passa, mais vai valendo ouro. Eu viajei com Luiz Gonzaga. Ele me levou para fazer alguns shows aqui pelo Nordeste, pelo Brasil. Foi assim que vi pela primeira vez um público grande na minha frente.

Muita coisa aconteceu na sua vida depois de cantar com Luiz Gonzaga?
Ah, sim. Fiz alguns programas de projeção nacional também. Nessa época, um empresário italiano me viu em uma dessas aparições e entrou em contato. Ele me contratou e me levou aos Estados Unidos. Fiquei um ano lá, aos 17 anos, fazendo shows em cassinos. Fui sozinho. Eu e minha sanfona, minha companheira eterna.

 

Musicalmente falando, você é eclético?
Sim. Tudo que for música boa vale. Sou beatlemaníaco. Gosto muito de Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Amelinha, Lenine, Dominguinhos, Luiz Gonzaga.
 

 

E sobre seu primeiro encontro com o rei Roberto Carlos que foi recente...
Não o conhecia e foi o máximo. Foi fantástico. Fiquei sabendo que ele vinha fazer show aqui. Sou fã do Roberto Carlos, fanático mesmo, por influência da minha mãe também. Quando soube que ele estava vindo para cá, cheguei para o João Carlos, da Arte Produções, e perguntei: ‘será que tem chance de falar com ele?’. Aí marquei de fazer um número aéreo para ele. Fiz o desenho do coração. Ele viu e gostou. Depois, ele me recebeu no camarim antes do show. Foi demais!

E sobre sua música para a Copa do Mundo?
Recebi umas ‘trocentas’ músicas, mas muito ‘mamãozinho com açúcar’, sem pé nem cabeça. Cheguei uma vez para gravar no meu estúdio e o Osvaldinho, que é um amigo médico e sanfoneiro, me disse que tinha feito uma música para a Copa. Quando olhei a letra, vi que tinha conteúdo. A música fala do jangadeiro, do violeiro, de Iracema, José de Alencar, Rachel de Queiroz. Musicamos e eu gravei.

E a sua paixão pela aviação?
Diferente da música, a aviação não teve nada a ver com a família. Ninguém lá em casa voa. Meu pai não gosta. Minha mãe odeia. Depois que me tornei membro honorário da Esquadrilha da Fumaça, eles começaram a curtir mais. E hoje, essa fusão de aviador e cantor se uniu de uma força que é impossível separar. Tanto que gravei um clipe, ‘Sonhos de Ícaro’, nessa junção.

Você não sente medo quando está no ar?
Não, não tenho, pois sei o que estou fazendo. As coisas podem acontecer. É um esporte que envolve risco, sim. Mas hoje tudo envolve risco. A nossa vida está muito perigosa. A única coisa certa que temos na vida é que vamos morrer. Não que eu queira morrer em um acidente aéreo e nem estou me arriscando. Isso não é loucura. Há um treinamento para isso. A aeronave é preparada para isso.

O que é mais apaixonante: tocar e cantar ou voar?
Eu responderia me abrace, mas não me aperte (risos). Logicamente, a música foi meu primeiro grande amor. Eu sempre tive sonho de voar, mas primeiro veio a música. Hoje, amo os dois com a mesma intensidade.

Para finalizar, você tem algum sonho na carreira artística ou na vida pessoal?
A gente está sempre sonhando, né? O poeta Gonzaguinha já dizia: ‘eu nunca paro de sonhar’. Assim, tenho vários sonhos. Graças a Deus, eles têm acontecido na hora certa. Um sonho é o novo DVD, que já venho elaborando e pensando desde o ano passado.

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