A sala de aula é um dos lugares que mais o possibilitam ficar à vontade, exercer a liberdade de pensamento e permitir o fluxo, a convergência e a multiplicidade de ideias. Randal Martins Pompeu, hoje com 52 primaveras, é graduado pela Universidade de Fortaleza em Engenharia Civil, mas também possui Mestrado em Informática Aplicada e Doutorado em Gestão por uma instituição europeia.
Em sua trajetória, estão passagens pela Coordenação do curso de Informática da Unifor, pela Direção e como chefe de gabinete. Além de professor, ele atualmente é Vice-Reitor de Extensão e Comunidade Universitária. Ufa, será que sobre algum tempo livre?! “Nas horas vagas, que são poucas, gosto de projetar viagens, estou dando dicas ou organizando viagens, aconselhado hotéis e restaurantes para amigos”, declarou em uma conversa franca e descontraída com a Coluna Frisson.
Conheça a seguir um pouco mais da história, das opiniões e das expectativas de Randal Pompeu sobre a vida e a carreira.
Quem te conhece sabe o quanto você é feliz profissionalmente. Sua realização e satisfação saltam aos olhos. Como descobriu a paixão pela profissão?
Desde criança, sempre tive contato com universidades, administradores e professores universitários. Cresci num ambiente de acadêmicos: meu pai, Antônio Manoel Pompeu, procurador da Universidade Federal do Ceará; minha mãe, Teresinha Martins Pompeu, também procuradora federal e professora da Universidade Estadual do Ceará; e meu avô materno, Antonio Martins Filho, fundador e primeiro Reitor da UFC.
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Você tem mestrado, doutorado e várias especializações. Chegou a pensar um dia em exercer um cargo tão importante numa universidade tão conceituada em nosso Estado?
Acredito que todo profissional almeja chegar ao topo de sua carreira. Exerci várias funções na Universidade de Fortaleza como coordenador do curso de Informática, chefe de gabinete, diretor e atualmente sou professor e Vice-Reitor de Extensão e Comunidade Universitária.
Você fala, lê e escreve em mais de uma língua. Essa multiplicidade linguística é fruto de um desejo pessoal ou necessidade profissional mesmo?
Sempre gostei de estudar línguas estrangeiras, pelo prazer de aprender novas culturas, e para facilitar nos meus estudos e em minhas viagens pelo mundo a fora. Concluí o programa de inglês no IBEU e do CCAA em Fortaleza. Fiz vários cursos de francês tanto na Casa de Cultura Francesa da UFC, quanto na Aliança Francesa de Fortaleza e de Paris. Estudei ainda espanhol e italiano. Logo que conclui minha graduação, ganhei uma bolsa de estudos do governo italiano e fiz uma pós-graduação em engenharia civil na cidade de Roma, onde aperfeiçoei o domínio da língua italiana.
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Você já fez participação em bancas examinadoras. Quais seus critérios para dissertações, teses e qualificações de Doutorado?
Todo trabalho acadêmico, como dissertação, monografia ou trabalho de conclusão de curso, deve possuir uma boa fundamentação teórica, pesquisa bibliográfica atualizada e um texto elaborado com clareza de ideias - introdução, desenvolvimento e conclusão. No caso de doutorado, faz-se necessária a criação e a defesa de uma tese, uma proposta intelectual inédita e que forneça uma contribuição para o desenvolvimento da ciência.
De que maneira analisa o atual mercado de formação profissional cearense? Há alguma disparidade em relação ao âmbito nacional?
O mercado de trabalho no Ceará, e também na esfera nacional, está cada vez mais exigente e com necessidade de profissionais muito bem capacitados e atualizados com sua profissão.
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Você é casado com Gina Pompeu, que é professora e Coordenadora do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito na Universidade de Fortaleza. Como você vê o destaque da mulher ocupando, cada vez mais, posições importantes tanto nas empresas como nos governos? A quê atribui isso? Quais as principais características e diferenças entre uma gestão feminina e masculina? E, se ainda existem preconceitos neste sentido, o que se pode fazer para superá-los?
Fui criado numa família em que meus pais sempre trabalharam “de igual para igual”, sem nenhuma diferença ou preconceito. Meus pais se conheceram na faculdade de Direito, seguiram a carreira jurídica e se tornaram ambos procuradores federais. Sou casado com a Gina Marcílio Pompeu, advogada e Doutora em Direito com vasta produção científica e autora de vários livros na área jurídica. Vejo com muita naturalidade o destaque da mulher ocupando, cada vez mais, posições estratégicas e importantes nas empresas, nas universidades e no mercado de trabalho em geral. Eu acredito na meritocracia. Independente de sexo, cor, credo ou tendências filosóficas, o importante é estar preparado, capacitado para ser um bom profissional. Não vejo diferenças numa gestão feminina ou masculina, apesar de entender que vivemos num mundo preconceituoso e com tendências machistas.
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E o tempo entre família e profissão, como você administra?
Após 26 anos de casados, eu e Gina formamos uma família maravilhosa composta por três filhos: Victor, 24 anos, advogado e professor universitário e que, em breve, se casará com Gabriela; Théo, 21 anos, estudante de Medicina; e Júlia, 12 anos, nossa caçula e hoje companheira de viagens. Minha família é a base da minha vida, meu suporte emocional. Graças a ela, eu posso diariamente comemorar a alegria de viver e celebrar a festa da vida. Porém não é fácil administrar o tempo entre família e trabalho, principalmente quando se gosta do que faz. Tento equilibrar meu tempo com as atividades da Gina e dos meninos. Durante a semana, almoçamos sempre em casa, e aproveito esse momento para conversar e acompanhar suas atividades. Nos fins de semana, dedico-me totalmente à família e, nos períodos de férias, sempre viajamos juntos.
Quais as dificuldades que mais enfrenta no cotidiano?
As dificuldades enfrentadas no cotidiano são muitas e acredito que sempre existirão, porém, quando se tem amor pelo trabalho, torna-se mais fácil superá-las.
Nas horas vagas, o que mais gosta de fazer?
Gosto muito de ouvir música seja popular, erudita ou ópera. Música sempre me emociona e me faz relaxar. Ainda nas horas vagas, que são poucas, gosto de projetar viagens, estou dando dicas ou organizando viagens, aconselhado hotéis e restaurantes para amigos.
Você costuma aliar quesitos estrangeiros no seu formato de trabalho?
Sempre gostei de viajar, quer seja para uma cidade próxima à Fortaleza ou para um país distante. Aproveito minhas viagens para aprender e conhecer coisas novas, ver o mundo de novas formas e aplicar na minha vida ou no meu trabalho.
De que forma analisa a tecnologia no processo de formação atual?!
A tecnologia é um recurso fantástico no processo de ensino e aprendizado. O acesso à base de dados, a interatividade e, principalmente, a forma de utilização da informação em tempo real são fatores revolucionários na formação do aluno e do professor.
Estar conectado com o mundo e as mudanças é essencial. Qual é o grande desafio para o professor do século XXI?!
Existem muitos desafios para o professor do século XXI, porém entendo que o maior deles seja acompanhar a velocidade das mudanças, estar sempre atualizado e aberto a novas descobertas. O professor contemporâneo passa ter um novo papel junto ao corpo discente de facilitador e orientador do conhecimento e não mais de detentor do saber.
Fortaleza tem muuuuitas faculdades! A grande quantidade de instituições de ensino superior implica em um risco à formação de qualidade ou não?
Não acredito que a quantidade de instituições possa se tornar um risco à formação do aluno, mas a qualidade do ensino ofertado, essa, sim, é preocupante. As Instituições de Ensino Superior devem ofertar cursos de excelência, com professores qualificados e estrutura adequada, como salas de aula e laboratórios especializados. O Ministério da Educação e os seus órgãos competentes, como a Secretaria de Ensino Superior, devem acompanhar e avaliar criteriosamente para que a população não seja prejudicada.
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Bacana ver a forma como você fala da profissão e se mostra preocupado com a qualidade do ensino para o futuro. Para concluir, qual o maior desafio do professor daqui em diante?!
É estar sempre atualizado, sintonizado com as mudanças e as necessidades do mundo em que vivemos. Mas eu acho que, apesar de todos os desafios, o professor tem que ser um apaixonado pelo magistério. Como diz Confúcio, "escolhe um trabalho de que gostes e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida". Esse é o lema que sempre tentei seguir na minha vida profissional.
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Acompanhe mais fotos by Lino Vieira.