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Apresentadora do Grupo Cidade, Isis Cidade fala ética e conduta no jornalismo policial

A jornalista conversou com a Frisson sobre sua trajetória e sua visão do jornalismo policial, bem como sua conduta ética e objetivos para 2023. Confira a entrevista

Foto: Lino Vieira

No comando do Cidade Alerta, a jornalista Isis Cidade nem sempre sonhou em fazer jornalismo. A escolha foi por acaso, mas a descoberta foi certeira. Passando pela TV Universitária de sua faculdade como estagiária e passando como repórter do Grupo Cidade, ela chegou ao comando do Cidade Alerta, principal programa de jornalismo policial do Ceará.

A jornalista conversou com a Frisson sobre sua trajetória e sua visão do jornalismo policial, bem como sua conduta ética e objetivos para 2023. Confira:

Frisson: Como você escolheu o jornalismo? Você possuia outra aspiração de profissão, certo? 

Isis Cidade: Eu sempre sonhei em ser Fisioterapeuta. Tentei vestibular por três vezes, mas não passei. Foi então que um dia, meu esposo, na época meu namorado, recebeu um panfleto falando a cerca de uma nova faculdade que chegava em Fortaleza, e um dos cursos era Jornalismo (não tinha fisioterapia). Ele me incentivou a fazer. Eu passei e me apaixonei.

Frisson: Você estagiou na TV Universitária. Como ela te ajudou a direcionar a sua carreira para a televisão? 

Isis Cidade: A TV Universitária foi um divisor de águas pra mim. Lá eu era estagiária, e ainda cursando Jornalismo, tive a oportunidade de aprender, na prática. Escrever textos, ter postura diante do vídeo, segurar o microfone de forma correta, ter segurança diante das câmeras. Embora fosse uma Tv de canal fechado e com um público mais limitado, a função nos exigia ser tudo que o mercado de trabalho queria para uma profissional de verdade. Na época eu era repórter de um programa de responsabilidade social, mas quando entrei na faculdade, descobri que o meu foco era a área policial, e comecei a me preparar para isso. A minha expectativa era conseguir uma vaga em canal abeto. Foquei nesse objetivo e graças a Deus, consegui.

Frisson: Você foi repórter de rua. Quais dificuldades encontrou com esse cargo? E como você definiria a experiência?

Isis Cidade: Ser repórter de rua é apaixonante. Acredito que conquistar o público é a tarefa mais desafiadora. Como escolhi o Jornalismo Policial, é uma área da nossa profissão muito delicada, já você lida com vidas, com o drama, a tragédia, a morte. É preciso ter jogo de cintura e psicológico pra lhe dar com temas tão sensíveis, afinal, estamos noticiando as mais diversas situações sociais, e o principal, abordando pessoas que são vítimas da violência, em momentos extremamente desesperadores. É uma experiência rica em aprendizado. Ter que trabalhar a sua mente, para abordar os personagens de forma respeitosa, ética e imparcial.

Frisson: Agora como apresentadora e editora do Cidade Alerta, pode falar um pouco sobre o seu trabalho diário? 

Isis Cidade: O trabalho diário no Cidade Alerta Ceará consiste em trazer as principais notícias do dia e a atualização dos casos mais relevantes que já estão sendo acompanhados pelo programa. Eu e o jornalista Paulo Edson, que dirige o Cidade Alerta, buscamos também abastecer a edição com fatos novos e flagrantes que são enviados através da população, a nossa produção. O nosso telespectador faz o programa junto com a gente, enviando denúncias e flagrantes.

Frisson: Como o jornalismo policial se difere de outras editorias? 

Isis Cidade: O jornalismo policial assume características comuns dos telejornais. Em sua editoria, traz assuntos de interesse público como prestação e serviços, cobrança de mais segurança, pedido de justiça, acompanha os casos de maior repercussão e que teve um grande clamor público. Cobra os órgãos como um todo, a solução de problemas como uma rua sem pavimentação ou saneamento básico, mais policiamento. Usamos uma linguagem mais simples. Tem ainda um apelo social muito forte, quando o assunto é conseguir cirurgias para pessoas que há anos estão numa fila de espera, ou transferência de pacientes em estado grave, para unidades que tenham UTI. E em 90% dos casos conseguimos, através de uma matéria, salvar vidas.

Frisson: Quais a dificuldades e facilidades do jornalismo policial no Ceará? Há alguma especificidade?

Isis Cidade: No segmento policial, existem situações em que há uma certa resistência para conseguirmos informações acerca de determinados casos nos locais de crime, por exemplo. Geralmente o ‘clima’ está muito tenso, a família bastante nervosa e revoltada com o fato. É um a situação delicada para abordar alguém que acabou de perder um ente querido. Algumas vezes até mesmo a própria polícia não consegue levantar dados suficientes, pelo menos naquele momento, que possam ajudar o jornalista a formular um texto sobre o que acabou de acontecer. Ou então, as autoridades não repassam mais detalhes para não atrapalhar as investigações. No entanto, na maioria das vezes, todos contribuem para que a matéria seja feita e a notícia seja dada de forma completa.

Frisson: Como você mantém a ética do jornalismo policial? Há algum direcionamento que você segue? 

Isis Cidade: Ser ético no jornalismo é uma obrigação. Temos o dever de ser imparcial, falar somente a verdade, ser o mais transparente e profissional possível, e assim respeitar o público que acredita no nosso trabalho e vê no jornalismo, o canal direto para denunciar e cobrar melhorias para a sociedade.

Frisson: E para além do jornalismo, quais são seus hobbies, interesses…? 

Isis Cidade: Sou uma pessoa muito tranquila, caseira. Não tenho vida noturna. Amo ficar em casa com minha família. Nos fins-de-semana dou plantão. Quando estou de folga é obrigação ir à missa com minha mãe (hábito que temos desde criança), marido e filho. Também amo ir à praia.

Frisson: Você já chegou a falar que a maternidade mudou sua vida. Pode falar um pouco sobre a mudança e como a Isis Cidade mãe se trasnformou?

Isis Cidade: A maternidade veio para eu desacelerar. Tinha uma rotina só de trabalho. Com um filho senti a necessidade de me resguardar mais. Na primeira oportunidade que tive, optei por sair da reportagem de rua. Graças a Deus a Direção do Grupo Cidade me permitiu esse feito, e sou muito grata a todos por esse meu pedido ter sido aceito com tanto carinho e respeito.

Frisson: Quais são os seus objetivos para 2023?   

Isis Cidade: Para 2023, peço a Deus para continuar fazendo parte da Familia Grupo Cidade e seguir fazendo o que mais amo na vida: levar a notícia a nosso público.

 

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