A exposição excessiva às telas durante o período de isolamento social gera um aumento de problemas oculares. Passar muito tempo de olho no celular, tablet e outros equipamentos eletrônicos sem um intervalo considerável para descanso da vista, faz com que o número de vezes que se pisca diminua, gerando, consequentemente, um ressecamento dos órgãos responsáveis pela visão, os olhos.

Segundo a médica oftalmologista da Clínica de Olhos Massilon Vasconcelos, Renata Vasconcelos, isso acontece devido à dificuldade de lubrificação ocular. "A secura dos olhos, que é um problema comum, mas sem muitos cuidados por parte das pessoas acometidas, exige lubrificação dos olhos, e é causada, em regras gerais, quando piscamos menos", explica. 

E a falta de lubrificação pode desencadear outros problemas, garante a oftalmologista. "Se os olhos ardem muito, coçam, lacrimejam ou ficam muito vermelho, é sinal que eles estão fatigados, que ocorre normalmente também quando passamos horas em frente às telas podendo causar ainda, além dos demais sintomas, embaçamento da visão", pontua.

Entre as dicas importantes, a oftalmologista orienta que a cada 20 minutos sejam feitos intervalos de 20 segundos para piscar e captar luz natural; evitar uso contínuo de celular, tablet, computador e outros equipamentos eletrônicos, "pois a tendência é piscar menos ao utilizar esses aparelhos, o que leva a uma maior evaporação das lágrimas e aumento do risco de sintomas de olho seco".

Em Fortaleza, as aulas presenciais foram suspensas até 31 de julho, conforme decreto municipal. A decisão prevê ainda a possibilidade do ensino à distância, o que já é realidade para muitas crianças que tiveram suas rotinas alteradas em virtude da pandemia da covid-19.

Diante desse cenário, uma das preocupações dos especialistas oculares é a progressão da miopia na população infantil, causada pela falta do uso da visão de horizonte. "A recomendação é manter uma distância do objeto, e não ficar vendo de perto o tempo todo. Seja eletrônico, livro e etc, alerta.