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Insultos e acusações marcam primeiro debate presidencial entre Trump e Biden

Candidatos chegaram a mencionar o Brasil e discutir o movimento Black Lives Matter

Foto: Morry Gash/Reuters

Durante os 90 minutos em que estiveram no palco, os candidatos à presidência dos Estados Unidos Donald Trump (Republicanos) e Joe Biden (Democratas) trocaram insultos, acusações e discutiram pouco de suas propostas na noite desta terça-feira, 29, a 35 dias da eleição. O debate foi mediado pelo jornalista Chris Wallace, da Fox News. 

Os candidatos discutiram sobre a Suprema Corte dos Estados Unidos, saúde pública, pandemia do novo coronavírus, situação econômica e a morte de negros pela polícia - que se relaciona com o movimento Black Lives Matter e que impulsionou uma série de protestos nos Estados Unidos, após um segurança negro ter sido morto por um policial branco. 

Trump interrompeu Biden e o mediador mais de uma vez, o que atrapalhou a divisão de tempo e deixou o debate mais confuso. Trump também acusou o candidato democrata de direcionamentos ao “socialismo” na saúde, quando o candidato defendeu o Obamacare (equivalente à saúde pública americana), chamando-o de “desastre”. “Seu partido quer adotar a Medicina socialista”, disse o atual presidente. 

Biden chegou a chamar o Trump de “mentiroso”, “cachorrinho do Putin [presidente russo]”, "palhaço" e "pior presidente dos Estados Unidos", mencionando o “campo de golfe” do presidente mais de uma vez. Durante todo o debate, ambos trocaram farpas e responderam o que não foi perguntado, fazendo com que o mediador tivesse que relembrá-los do tempo.

Um levantamento feito pela CNN americana indicou que Trump teve 39 minutos e 6 segundos da fala, enquanto Biden teve 37 minutos e 56 segundos. A emissora ainda classificou o debate como o “pior já visto”. O debate foi o primeiro de três entre os candidatos e aconteceu na Case Western Reserve University, em Cleveland, Ohio.

Coronavírus

Quando o assunto foi a pandemia do novo coronavírus e as propostas de como lidar com a crise de saúde pública, Biden acusou o presidente de piorar a situação, em seu tempo de responder a pergunta, e criticou a ação do presidente de ter aberto o país, indicando ter sido muito cedo. Já Trump usou seu tempo para culpar a China, defender suas medidas e, sem indicar propostas, ressaltou ter feito um trabalho “excelente”, destacando ainda que Biden não teria conseguido lidar com a crise. 

Trump ainda ironizou o uso de máscaras: “Eu não uso uma máscara como Biden, toda vez que você o vê, ele tem uma máscara. Ele pode estar falando a 200 metros de distância e aparece com a maior máscara que eu já vi”. 

A economia pós-pandemia também foi pauta no debate. Trump defendeu a reabertura da economia, enquanto Biden criticou, acusando a ação de ter aumentado os casos. Os Estados Unidos tem mais de 7 milhões de casos e mais de 200 mil mortes, sendo o país com mais casos de infecção e óbitos no mundo. 

Brasil no debate

Diversas vezes, Trump tentou relacionar Biden com pautas de esquerda, dizendo que o democrata apoiava o “Green New Deal”, série de propostas econômicas para combater as mudanças climáticas e que são apoiadas por Sanders, que foi um dos pré-candidatos democratas. 

Biden, entretanto, negou, afirmando que apoia seu próprio projeto. Em contra resposta, Biden ainda citou o Brasil, mencionando as queimadas na Amazônia e ressaltando que haverá consequências econômicas aos Estados Unidos, caso não sejam cumpridas as metas de preservação. 

Outros assuntos

O escândalo divulgado pelo The New York Times, que acusava o presidente Trump de sonegar imposto de renda por 10 anos, também foi uma das pautas. Segundo o jornal estadunidense, o presidente pagou somente US 750 em 2016. Trump negou a informação, indicanto ter pago "milhões e milhões de dólares", criticou os impostos e ambos aproveitaram o momento para trocarem mais farpas.

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