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ACC completa 155 anos de história e avanços

Afinal, para entender a história do Ceará é preciso compreender, também, a história do comércio local

Na verdade, desde o início das transações comerciais locais, percebeu-se que o Comércio fazia parte da cultura e do jeito de ser do cearense. Assim, da história dos comerciantes e dos comerciários e das transformações de vida que aconteceram e acontecem, o Ceará foi reforçando o conceito de Terra do Comércio.  

Criada em 13 de abril de 1866, a Associação Comercial do Ceará, com sede em Fortaleza, tinha o objetivo inicial de congregar comerciantes ingleses e franceses que atuavam na cidade. Tanto que o seu primeiro presidente foi o alemão Henrique Kalkmann, que administrava em Fortaleza uma filial da R.Singlehurst & Co. de Liverpool, também conhecida como Casa Inglesa.

Considerada a mais antiga instituição da classe comercial ainda em atividade do Estado, é uma das fundadoras da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil. Definida como uma organização multissetorial, que representa e expressa a opinião independente de empresários do comércio, indústria, agropecuária, serviços, finanças e profissionais liberais, de micro, pequenas, médias e grandes empresas, com foco, também, na Inovação, sendo uma das entidades a compor o Conselho Deliberativo do Sebrae Ceará tendo sido, também, um dos seus membros fundadores.

Carta

E, para celebrar esses 155 anos da entidade, o seu presidente João Porto Guimarães, que também é vice-presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Ceará, divulgou uma carta destacando o protagonismo da entidade e os grandes movimentos encabeçados pela ACC e que transformaram a realidade sócioeconômica cearense.

“Por isso, queremos aproveitar o momento para compartilhar a nossa crença em um novo amanhã, em um futuro onde, todos nós, de todas as classes, credos e cores, estejamos sãos e livres para trabalhar em busca dos nossos sonhos mais legítimos”, diz um trecho da carta.

No documento, ele ressalta, ainda, que sob os pilares da ACC, grandes líderes se revezaram na árdua tarefa de consolidar, entre os cearenses, uma cultura empreendedora capaz de nos trazer, da longínqua agricultura de subsistência, para competir em uma economia tecnológica e globalizada, com uma visão sustentável do futuro. 

E explicou: “Se somos o que somos hoje, é preciso reconhecer que, em grande parte, o devemos ao espírito inovador que habita em nós, à ousadia de acreditar na nossa capacidade de ir além, de transformar o calor do sol que nos aplaca e a força dos ventos que nos sopram, em energia motriz para os nossos empreendimentos”, enfatizou. 

Já o Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), George Pinheiro, fez questão de parabenizar a entidade pelo aniversário. “É uma grande honra poder fazer parte de um momento tão especial como os 155 anos da ACC. São muitos anos de luta em defesa do empresário cearense e uma história de muitas vitórias. Os nossos parabéns e desejos de muito sucesso nos pleitos que estão por vir”, declarou. 

História

A história das Associações Comerciais se confunde com a própria do Brasil. Em meados do século XIX, o Brasil ainda vivia o período imperial, e o comércio, uma das principais atividades econômicas da época, era fortemente influenciado por estrangeiros. Muitos deles vinham de praças europeias e traziam consigo as primeiras ideias para a formação de instituições que representassem a classe comercial no Brasil.

Devido à influência inglesa, inclusive, as Associações Comerciais seguiam os moldes das Câmaras de Comércio criadas na Bélgica e na Inglaterra. Com o passar dos anos, a Associação Comercial do Ceará ampliou suas representações para os setores industriais, agrícolas e de serviços. Porém manteve seu nome original pela tradição e credibilidade que a instituição transmitia.

Mesmo com a mudança do regime Imperial para a República, em 1989, as Associações Comerciais sempre se mantiveram à vanguarda. Em 1945, a Associação Comercial do Ceará foi reconhecida como órgão técnico – consultivo de Poder Público, sem nenhum vínculo subordinativo com o Estado, atuando em defesa dos interesses das atividades que representa.

O processo de desenvolvimento econômico e social do Ceará deve muito a Associação Comercial. Sua participação foi fundamental para a implantação da estrada de ferro de Baturité, a construção do Porto de Fortaleza, a eletrificação do Estado, a criação do Banco do Nordeste e da FUNCEME.

A Associação Comercial do Ceará também está presente em diversas campanhas de combate às secas e socorro às vítimas dessas e de outras calamidades. Seus esforços sempre foram pertinentes, desde as mobilizações contra o cangaço, que aterrorizava vilas e cidades da região em tempos remotos, até ao estímulo das chamadas Pirâmides da vitória nos tempos da II Guerra Mundial.

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