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O Frisson News dá sequência à série de entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Fortaleza. O deputado federal Capitão Wagner (PROS) nos recebeu para um papo franco e direto, onde destacou o desejo de comandar a capital cearense. “A cidade de Fortaleza merece ser devolvida ao povo. Temos uma família que administra o Estado e a Capital há 16 anos, utilizando siglas diferentes, PT e PDT, mas sempre é o mesmo grupo que tem conduzido essas duas gestões. Para a democracia, é muito ruim. Desejo ser prefeito de Fortaleza para cuidar das pessoas. A gente vê muito cuidado com o concreto e com asfalto e pouco cuidado com as pessoas, com os empregos das pessoas, com a segurança das pessoas. Quero ser prefeito para cuidar das pessoas. O meu principal projeto vai ser acabar com as filas de cirurgias e exames na saúde pública de Fortaleza, bem como criar um ambiente de negócios e novos empreendimentos para a Cidade”, afirmou. Confira abaixo.
Em 2016, por pouco, o senhor não foi eleito Prefeito de Fortaleza, ficando em segundo lugar e derrotado por Roberto Claudio. Está confiante que agora vai chegar “lá”?
Posso dizer, em relação a 2016, não só por estar mais experiente, agora em termos de idade, mas a gente adquire experiência a nível federal. A gente conhece o Parlamento Municipal, fui vereador, deputado estadual e, agora, como deputado federal, tendo uma equipe mais ampla, estamos discutindo não só os problemas da Cidade, mas, principalmente, as soluções para esses problemas. Tenho mais maturidade política para entender a importância das alianças também e estou indo para a campanha para debater problemas da Cidade, mas, principalmente, os sonhos. Acho que as pessoas estão focadas em um candidato que traga as soluções para os mais variados problemas da Cidade. Se Deus quiser e o povo de Fortaleza permitir que eu possa administrar a Cidade com um grupo de pessoas que têm experiência, expertise e conhecimento técnico, poderemos fazer uma grande gestão.
Como avalia a situação da nossa cidade atualmente?
A cidade passou por muitas obras, mas a grande obra não foi realizada: cuidar das pessoas. E esta é a nossa meta na gestão. Nosso grande desafio vai ser tirar a cidade de Fortaleza dessa crise econômica e de saúde pública, que ampliou o desemprego. O pós-pandemia vai trazer uma complexidade ainda maior nesse setor, por isso o nosso plano de governo vai focar na geração de emprego e renda, vai focar nas melhores modalidades para cuidar da saúde da população, vamos trabalhar a questão da Segurança Pública como sempre trabalhamos e vamos investir em educação, porque a educação é a mola mestra para sair de qualquer crise.
Qual a área que julga mais delicada e necessitada de atenção emergencial da Prefeitura?
Sem dúvida nenhuma, são duas áreas específicas: a saúde e a geração de emprego e renda. O desemprego está gerando problemas em diversas áreas. Com o desemprego, o cidadão não tem condições de pagar o plano de saúde e passa a depender do hospital público, o cidadão não tem condição de pagar o colégio do filho e passa a procurar o ensino público, o desemprego gera ainda uma convulsão social que aumenta a violência. As facções estão cada vez mais fortes na cidade de Fortaleza, então o foco da nossa gestão vai ser saúde e a geração de emprego e renda em parceria com a iniciativa privada. Entendemos que o setor público sozinho não consegue gerar tantos empregos, mas, junto à iniciativa privada, nós vamos criar ambientes favoráveis de negócios para tirar a Cidade dessa crise econômica e de saúde.
De que maneira define os oito anos de gestão Roberto Claudio?
Foi uma sugestão muito focada em obras. Tivemos obras em todas as áreas. Em algumas áreas, as obras foram essenciais de fato para melhorar a mobilidade urbana, para melhorar o atendimento na saúde, na educação, mas o concreto sozinho não resolve o problema das pessoas. Então, foi uma gestão muito focada no concreto e com pouco olhar para os seres humanos que vivem na nossa Cidade.
Qual sua avaliação do governo Camilo Santana?
É um governo de coalizão, que conseguiu agregar partidos de esquerda, de centro, de centro-direita. Ele tem procurado se aproximar dos adversários políticos dele, como Eunício Oliveira, Lúcio Alcântara, o próprio senador Tasso Jereissati. Ele tem procurado evitar conflitos, e isso é importante para um gestor. A minha avaliação é que o governador deveria ter mais autonomia para escolher sua equipe e para definir as políticas públicas. E, sem demérito a ele e sem desrespeitá-lo, a gente vê que o governo continua sendo o governo dos Ferreira Gomes, e não um governo do Camilo Santana. Mas eu o respeito, ele tem qualidades. Ao mesmo tempo que não tem autonomia para fazer gestão, ele tem uma capacidade muito grande de escutar e de agregar.
Uma vez eleito, como será sua relação com o governador Camilo Santana e o presidente Jair Bolsonaro?
A minha experiência em Brasília vai facilitar. Temos feito interlocução com os ministérios, temos uma boa relação na Câmara dos Deputados e no Senado, que é importante para viabilizar a questão dos recursos para Fortaleza. Quanto ao presidente Bolsonaro e aos ministros, acredito que não vou ter qualquer dificuldade. Em relação ao governador Camilo, já sentei com ele em algumas oportunidades, e, como Prefeito, de forma institucional, vamos ter que sentar em outras oportunidades para discutir os problemas da Cidade. Tenho maturidade para entender que a Cidade precisa da ajuda Federal e também da Estadual. Sempre que for necessário, nós buscaremos essa ajuda.
Como interpreta o incentivo do Executivo aos ataques à Suprema Corte, ao Legislativo e à imprensa?
Na verdade, temos visto isso não apenas por parte do Executivo. Temos visto incentivos em diversos setores da sociedade. Temos que relatar não só os ataques, mas também algumas atitudes da Suprema Corte, que colocam em xeque sua atuação, especialmente no inquérito das fake News, em que o STF, supostamente a vítima, supostamente está investigando e supostamente vai julgar. Logicamente, eu não vou justificar nenhum ataque. Eu sou completamente contra fake news. Não se pode utilizar, em qualquer batalha, a pior arma, que é você tentar vencer uma guerra desqualificando de forma desleal os seus adversários. Acho que nem precisava a sociedade ter as fake Newsn para ter o seu conceito em relação à Suprema Corte, ao Legislativo ou à imprensa. O cidadão vê as atitudes que cada um tem tomado.
Acredita que a democracia brasileira corre risco?
Acredito que não. A gente tem visto algumas falas bem duras, mas, em termos de atitude, eu acho que não houve mobilização de Forças Armadas, nem houve mobilização de qualquer instituição que venha a colocar em risco. Alguns discursos são antidemocráticos, e podemos ver isso em todos os setores, tanto na esquerda como na direita. Não podemos achar que esse novo governo, com essa nova metodologia, seria responsável por acabar com a democracia, até porque muitas atitudes de militantes de extrema-esquerda são parecidas com atitudes de militantes de extrema-direita.
Por que ser prefeito de Fortaleza?
A cidade de Fortaleza merece ser devolvida ao povo. Temos uma família que administra o Estado e a Capital há 16 anos, utilizando siglas diferentes, PT e PDT, mas sempre é o mesmo grupo que tem conduzido essas duas gestões. Para a democracia, é muito ruim. Nos Estados Unidos, por exemplo, o revezamento entre Republicanos e Democratas é quase que constante. A gente vê lá a democracia consolidada e respeitada em todo o mundo. Desejo ser prefeito de Fortaleza para cuidar das pessoas. A gente vê muito cuidado com o concreto e com asfalto e pouco cuidado com as pessoas, com os empregos das pessoas, com a segurança das pessoas. Quero ser prefeito para cuidar das pessoas.
Qual o principal projeto pretende implantar em sua gestão como Prefeito?
O meu principal projeto vai ser acabar com as filas de cirurgias e exames na saúde pública de Fortaleza, bem como criar um ambiente de negócios e novos empreendimentos para a Cidade. Todo e qualquer empreendedor que já esteja em Fortaleza vai ser incentivado para criar uma filial. A gente tem a ideia de criar o Ano 1 do Empreendedor, em que ele será livre dos tributos municipais, tanto aquele que está abrindo uma nova filial ou aquele que se instala em Fortaleza com o objetivo de gerar emprego e renda para toda a população.
Como está a efetividade de sua aliança eleitoral e qual nome deseja ter como vice?
Temos hoje cinco partidos anunciados: PROS, Podemos, Avante, PSC e Republicanos. Devemos anunciar, nos próximos dias, mais três partidos, totalizando oito partidos na nossa aliança. Sobre a questão do vice, não estamos discutindo em relação ao nome e, sim, com relação ao perfil. Teremos um vice que tenha como agregar à chapa majoritária, que possa agregar conhecimento na área da saúde, agregar conhecimento na geração de emprego e renda, por uma experiência na iniciativa privada, que tenha capacidade de gestão. Não queremos vice simplesmente como figura decorativa.
Para finalizar, com quais forças sociais e políticas pretende dialogar para viabilizar sua candidatura? E com quais não quer proximidade de forma alguma?
Sou muito aberto ao diálogo. Todos os setores da sociedade, desde a sociedade civil, academia, os partidos que pensam próximo à gente, iremos dialogar sem qualquer dificuldade, mas, obviamente, a gente não tem clima, não tem condições de dialogar com quem está no poder neste momento, que é um bloco que envolve o PT e o PDT, que já tiveram 16 anos para fazer o que poderiam fazer pela cidade de Fortaleza. Infelizmente, vamos receber a cidade com muitos problemas sociais.
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