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Exclusivo: 24% das TVs em Fortaleza sintonizam streaming 24h por dia

A coluna de hoje no Portal FrissonOnline traz a primeira parte de um conjunto de dados inéditos sobre o consumo de TV aberta, paga e streaming na Grande Fortaleza.

Os dados foram mensurados pela Kantar Media, mas obtidos por esta coluna por meio de fontes independentes, já que a Kantar não pode divulgar essas informações à imprensa. Somente a seus clientes.

Hoje trataremos apenas do consumo de TV paga e streaming na região. Primeira coisa que os leitores devem saber: vocês todos já ouviram falar que um programa X deu Y pontos de ibope, certo?

Pois bem, em cada região do país o ponto de ibope tem um valor diferente. Esse cálculo é feito pela Kantar a partir de dados populacionais do IBGE, que mudam todos os anos. O ponto de ibope é dinâmico, e não estático.

Na média do país, cada ponto equivale a cerca de 268 mil domicílios.

Em São Paulo, por exemplo, maior região metropolitana do país, ele vale por 78 mil domicílios.

Já em Fortaleza cada ponto de ibope significa cerca de 12 mil domicílios sintonizados, tendo cada um (na média estatística) 2,8 moradores. 

Vamos aos números: 

Em Fortaleza, nas 24 horas do dia, ficam ligados em média 33% dos aparelhos de TV. 

Isso significa que um em cada 3 aparelhos (não necessariamente os mesmos) ficam ligados ao longo das 24 horas. Desses aparelhos ligados, a TV por assinatura entre os cearenses marca ínfimo 1,2 ponto de ibope e 3,6% de share. Ou seja, apenas 3,6 em cada 100 TVs ligadas estão sintonizando canais pagos. Isso faz da Grande Fortaleza uma das regiões metropolitanas que menos vê TV paga no país. Já streaming e vídeos, que estão discriminados na medição da Kantar como CSR (Consumo Sem Referência), são sintonizados nas 24 horas por nada menos que 1 em cada 4 TVs ligadas.

E marcam 23,9% de “share”. Para quem não sabe, “share” é a participação de cada veículo ou mídia no universo de TVs ligadas. O streaming em Fortaleza marca 7,9 pontos de ibope, e só perde em audiência para a Globo (9,1 pontos), mas sobre isso falaremos mais detalhadamente na próxima coluna. Reforçando: os tais 23,9% de consumo de streaming (“share”) no Ceará valem para a média das 24h do dia. Mas, há horários em que essa média cresce ainda mais, como no período vespertino (12h às 18h), quando ele chega a 27,4%. Ou de manhã, quando bate os 26,6%.

Na chamada faixa nobre (18h à 0h) as novelas da Globo, Record e os telejornais da TV aberta falam mais forte, pois é o momento em que o streaming tem menor público: 22,4%.

Ainda assim, são números espantosos para uma média que surgiu no país há pouco mais de cinco anos, e que comprovam o sucesso dessa nova forma de ver conteúdo, como a última coluna demonstrou.

Leia também:  "Streaming é um sucesso, mas não 'fecha a conta'", por Ricardo Feltrin

Embora, repito, o streaming ainda seja um modelo de negócios cuja conta “não fecha”. até agora. 

Ricardo Feltrin é jornalista, colunista e apresentador, tendo trabalhado por 21 anos no Grupo Folha como repórter, editor e secretário de Redação, entre outros cargos

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